Setecidades Titulo Economia
Sto.André combate
desperdício nas feiras

Projeto piloto na Vila Luzita destina frutas,
legumes e verduras a entidades assistenciais

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
19/03/2014 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Prefeitura de Santo André implantará projeto piloto para redução do desperdício de alimentos na feira livre da Vila Luzita até junho. A medida segue o programa Pensar. Comer. Conservar, da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e para a Agricultura), e beneficiará as 143 entidades assistenciais cadastradas no Banco de Alimentos municipal com frutas, verduras e legumes que são descartados em bom estado.

“Essa é a maior feira da cidade e, por ser no domingo, geralmente os alimentos que sobram vão para o lixo. A ideia é que as entidades deixem suas bags no local e os feirantes separem os alimentos”, explica o superintendente da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Hélio Tomaz Rocha.

O projeto, que ainda está sendo formatado, não demandará investimento, segundo Rocha. “Já temos as equipes. É só questão de ajustar os trabalhos junto ao Sindicato dos Feirantes, às entidades e à equipe de políticas públicas de Abastecimento, segurança alimentar e alimentação escolar”, destaca. O próximo passo será efetuar pesquisa que indique qual é o volume de alimentos desperdiçados e quanto cada entidade receberá.

A ideia do superintendente é expandir a ação para todas as cerca de 70 feiras livres da cidade posteriormente. “O feirante vai saber para onde o produto está indo, poderá observar de perto o resultado da ação. Será uma parceria a quatro mãos: feirantes, entidades, banco de alimentos e FAO”, esclarece.

PARCERIA

A expectativa é que o projeto piloto viabilize parceria com a FAO, explica Rocha. “Vamos fazer com as nossas próprias mãos e a FAO poderá nos ajudar a incrementar o projeto com toda a sua expertise na erradicação da pobreza e combate ao desperdício de alimentos”, diz.

Ontem, a cidade recebeu visita do diretor-geral da FAO-Brasil, Alan Bojanic. Segundo estimativas do órgão internacional, pelo menos 30% da produção de alimentos vai para o lixo. “Como vamos desperdiçar num mundo que ainda tem 842 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar?”, questiona.

Além da necessidade de melhoria em infraestrutura para beneficiar colheitas ou ainda rodovias para evitar caminhões parados no entorno dos portos carregados de alimentos e com risco de que estragarem, por exemplo, Bojanic considera que a mudança de atitude das pessoas em casa também é fundamental. “Evitar o desperdício nos lares pode ser ainda mais fácil. Basta olhar o que tem na geladeira e consumir os alimentos que estão se perdendo. É uma questão de manejo”, considera.

Craisa estuda transformação de resíduos orgânicos em energia elétrica

A Craisa estuda a viabilidade de transformar seu descarte de resíduos orgânicos em energia elétrica. A ideia, ainda em fase inicial de pesquisas, seria uma maneira de dar destinação sustentável às cerca de 25 toneladas de alimentos que são enviadas diariamente ao aterro municipal, além de trazer economia na conta de luz.

De acordo com o superintendente da autarquia municipal, Hélio Tomaz Rocha, ainda não é possível estimar o investimento necessário e prazos para que o projeto seja colocado em prática. “Claro que não deve ser barato, mas vamos avaliar o custo-benefício a médio e longo prazos”, destaca. Mensalmente, a companhia desembolsa cerca de R$ 80 mil com energia elétrica.

Segundo Rocha, o projeto é estudado por uma das empresas incubadoras parceiras da Prefeitura. “Dessa forma, não teríamos mais o descarte de 15 caçambas de resíduos orgânicos por dia. O meio ambiente agradece”, enfatiza.  




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