Esportes Titulo Fim de uma era
Saul Klein anuncia desligamento oficial do São Caetano

Empresário doou R$ 80 milhões para o clube nos últimos cinco anos e deixa para trás posto de presidente de honra

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
04/11/2020 | 23:59
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Divulgação


registradas tanto em balanços financeiros do Azulão quanto em declarações de Imposto de Renda, cerca de R$ 80 milhões nos últimos cinco anos, com o último aporte tendo sido realizado no ano passado.

“Resta a mim uma terceira parte da paixão pelo clube: a inesgotável condição de torcedor. As inconformidades alarmantes na gestão do São Caetano Futebol Limitada, alvos de processos judiciais, são objetivamente a razão de meu afastamento definitivo”, explica no texto.

Klein teve papel fundamental na construção da equipe em seu principal momento, no começo dos anos 2000, quando se destacou em torneios nacionais e internacionais (veja mais abaixo). Entre despedidas, o empresário lembrou de conquistas recentes. “Estas intervenções para assegurar estabilidade técnica nos gramados, a ponto de o clube ter conquistado duas competições, a Copa Paulista no final do ano passado e, recentemente, a Série A-2 do Campeonato Paulista”, diz. “Resta a esperança de que o São Caetano Futebol Limitada encontre um futuro próximo que restabeleça a ordem de nobreza histórica de grandes conquistas. Que os sempre anunciados novos dirigentes exercitem tal missão com sucesso. Este torcedor ficará muito feliz.”

Longe do Azulão, ele é o sócio majoritário de grupo de investidores que administra o time da Ferroviária, da cidade de Araraquara, desde o fim de 2019. Neste ano, estreia a carreira política como vice na chapa do ex-vereador Fabio Palacio (PSD) na eleição para a Prefeitura de São Caetano.

‘Mecenas’ ajudou melhor fase do time

A contribuição financeira de Saul Klein para o AD São Caetano foi essencial para que o time pudesse chamar a atenção do público e da crítica, principalmente no começo dos anos 2000. As doações ajudavam na contratação de bons jogadores, na montagem de comissões técnicas de qualidade e a manter os pagamentos em dia para que a equipe pudesse ter chamativos resultados para um clube de pequeno/médio porte em seu momento áureo.

O Azulão começou a aparecer com destaque no País em 2000 e 2001, quando ficou por duas vezes como vice-campeão do Campeonato Brasileiro. Em 2002, foi finalista da prestigiada Copa Libertadores, mas perdeu a decisão do torneio intercontinental para o tradicional Olimpia (Paraguai), nos pênaltis, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

O maior título do São Caetano veio em 2004, na campanha vitoriosa do Campeonato Paulista. Na época, o técnico Muricy Ramalho comandou o time no triunfo diante do Santos nas finais.

Nos últimos anos, o apoio monetário de Klein deu sustentação ao time em competições inferiores, caso da disputa da Copa Paulista 2019, onde foi campeão.

Pagamento prometido para jogadores não foi acertado

A crise administrativa do São Caetano continua. A diretoria havia prometido que realizaria o pagamento referente ao mês de setembro para jogadores, integrantes da comissão técnica e funcionários gerais do clube até terça-feira, mas o acerto não aconteceu.

Segundo o Sindicato de Atletas de São Paulo, o salário não foi transferido para o grupo porque o presidente Nairo Ferreira de Souza está finalizando contrato com novos investidores do São Caetano, que ficarão responsáveis pela administração e por tratar dos meses de salários atrasados e outros acertos financeiros pendentes. A situação é tão agravante que atletas realizaram greve no mês passado.

A expectativa do sindicato é a de que o pagamento sobre setembro seja feito até hoje, com o restante sendo discutido já com a possível nova diretoria do Azulão. O Diário não conseguiu entrar em contato com Nairo Ferreira de Souza.

Atualmente, o São Caetano disputa a Série D do Campeonato Brasileiro. Está em oitavo e último lugar do Grupo 8 e volta a entrar em campo no sábado, às 18h, contra o Tubarão, em casa. 




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