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Doença de Parkinson impõe desafio da detecção precoce
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
11/04/2017 | 07:00
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 Passados 200 anos do primeiro diagnóstico de Parkinson, em 1817, a doença neurodegenerativa de segunda maior incidência entre a população mundial – atrás apenas do Alzheimer – ainda intriga especialistas e impõe desafios, como a descoberta de maneira de frear sua evolução. O principal deles é motivado pela certeza de aumento da prevalência do mal, cujo dia internacional é celebrado hoje, nos próximos anos, tendo em vista o crescimento da população idosa, público-alvo do problema. Diante do cenário, e da impossibilidade de prevenir 100% a doença, resta a conscientização sobre a necessidade da detecção precoce e disseminação de cuidados capazes de diminuir os riscos, como a realização de atividade física aliada à alimentação saudável.

Estima-se que 200 mil pessoas tenham Parkinson no País; e a OMS (Organização Mundial de Saúde) projeta que o total de pacientes acometidos pelo problema duplicará até 2030. Atualmente, 12,9% da população da região são idosos, no entanto, a projeção é a de que a proporção de moradores com 60 anos ou mais entre as sete cidades ultrapasse a de crianças e jovens com até 15 anos daqui uma década.

“Não tem como prevenir completamente o Parkinson, mesmo que o paciente não tenha histórico familiar, mas sabemos que associar dieta saudável a atividade física aeróbica diminui o risco”, observa o neurologista dos hospitais Samaritano e Sírio-Libanês, Rubens Gisbert Cury. Outra recomendação é procurar especialista assim que identificados sintomas, como tremor de repouso (principalmente nas mãos e mandíbulas), lentidão dos movimentos de forma assimétrica e rigidez nas articulações.

Embora haja necessidade de reconhecer os avanços científicos para o tratamento dos pacientes ao longo dos últimos 50 anos, foco, inclusive, da Campanha Nacional da Doença de Parkinson – 200 Anos de História e Conhecimento, promovida pela ABN (Academia Brasileira de Neurologia), frear a evolução do problema segue sendo um dos principais objetos de estudo de neurologistas do mundo todo. “Temos tido resultados satisfatórios com a medicação no tratamento dos sintomas, o que contribui para a qualidade de vida das pessoas. Temos opção até mesmo de realizar terapia sintomática nos casos em que os remédios não surtem efeito, como é o caso da estimulação cerebral profunda, mas ainda não conseguimos detectar a doença em sua fase pré-motora, tampouco evitar sua evolução, que pode ser lenta, mas é progressiva”, observa Cury.




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