Telê foi atendido por Dioguardi, no Dante Pazzanese, em janeiro de 1996. Apresentando um quadro de lesão circulatória moderada, o técnico foi submetido a angiografia cerebral e cateterismo cardíaco – procedimentos que apresentam riscos ao paciente. A família Santana acusa Dioguardi de erro na condução do problema.
"Ele entrou no hospital muito bem e saiu completamente outra pessoa", afirmou Renê, em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta terça-feira. O filho do célebre treinador afirmou que Dioguardi não alertou a família sobre os riscos que os dois procedimentos apresentavam ao paciente. "Isso acabou completamente com a carreira do Telê, que estava no auge."
O médico, também em entrevista à Rádio Bandeirantes, alegou que Telê Santana, dizendo-se claustrofóbico, se recusou a passar pelos exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética – procedimentos não invasivos – e acabou escolhendo a angiografia.
O cardiologista contou ainda que a família demorou 15 dias para autorizar a realização da angiografia cerebral. Segundo o médico, a lentidão dos parentes não se limitou a isso. Dioguardi destacou que Telê só foi levado ao hospital quando voltou à capital paulista, dias depois de ter sofrido a lesão circulatória, em Porto Seguro (BA).
"Ele não veio a mim porque eu chamei ele. Ele veio porque chegou de boca torta no São Paulo, porque havia sofrido um derrame na praia e não havia sido mandado ao hospital", defendeu-se.
Dioguardi afirmou que Renê, responsável pela reclamação ao Cremesp, não acompanhava o pai em nenhum dos dias de atendimento. Segundo o cardiologista, Renê e a irmã, Sandra, teriam procurado outros médicos nos 15 dias entre a primeira consulta e a volta de Telê ao Dante Pazzanese para a realização dos procedimentos.
Mestre - Apontado como um dos maiores pontas da história do futebol brasileiro, Telê teve carreira ainda mais gloriosa no papel de técnico. Depois de passagens memoráveis por clubes como Atlético-MG e Flamengo, o 'mestre' viveu seu auge à frente do grande São Paulo dos anos 90. No comando do Tricolor, Telê ganhou dois Campeonatos Paulistas, um Brasileiro, duas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes.
Telê Santana também foi o responsável por montar duas das melhores Seleções Brasileiras de todos os tempos, nas Copas 82 e 86. Mas as eliminações do Brasil nos dois torneios, diante de Itália e França (respectivamente), renderam ao técnico a injusta pecha de 'pé-frio' – fama que só seria dissipada após o sucesso à frente do São Paulo.
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