O Grupo seria responsável por um desvio de R$ 1,9 milhão. Os recursos foram destinados para a construção da Metalúrgica 4 de Maio, da qual o Grupo Injemar é o principal controlador. A obra deveria ter sido feita no município de Capitão Enéas, situado no norte de Minas Gerais, mas não foi concluída. O projeto, aprovado em 1998 pela Sudene, previa um repasse total de R$ 12 milhões. O valor integral para a instalação da empresa era de R$ 41,8 milhões.
O relator da CPI, deputado federal José Pimentel (PT-CE), afirmou que esteve no local onde deveria ser construída a metalúrgica em 15 de junho do ano passado para constatar as irregularidades. “Onde deveria haver a indústria, existia apenas umas 30 estacas”, disse. Segundo o deputado, o projeto previa que a obra deveria estar pronta em maio de 2000.
A metalúrgica foi descredenciada da Sudene por fraudar documentos públicos. “O projeto foi cancelado por apresentar notas fiscais e escrituras falsas”, disse Pimentel. Segundo ele, o Ministério Público Federal elabora uma ação judicial para tentar reaver a verba liberada à metalúrgica.
O deputado afirmou que uma das irregularidades envolvia a posse do terreno onde a Metalúrgica 4 de Maio seria construída. Inicialmente de propriedade de Djalma Marques de Abreu, ex-prefeito de Capitão Enéas, a área foi desapropriada pela Prefeitura por R$ 97,4 mil, e cedida à empresa. “Em seguida, foi feita uma escritura falsa no valor de R$ 200 mil em nome da metalúrgica. A CPI apurou no Cartório de Registro de Imóveis que havia uma cláusula que proibia a venda da área”, disse o relator.
A CPI também apurou fraude de recursos para a compra de equipamentos, que não estavam no local da empresa. “Verificamos que não havia nada. Nem mesmo um galpão que pudesse armazenar esse equipamento”, disse. Segundo o deputado, a diretora presidente da Metalúrgica 4 de Maio e sócia proprietária do Grupo Injemar, Angélica Lirola, afirmou à CPI que todos os equipamentos haviam sido enviados à sede do Grupo Injemar, em São Bernardo. No início da semana, a CPI quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Angélica.
A fraude envolvendo a empresa de São Bernardo é apontada no relatório final da CPI do Finor, que será divulgado dia 18, como integrante de um esquema que fraudou R$ 532 milhões dos cofres públicos.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.