Setecidades Titulo Acesso a Suzano
Ribeirão abandona
Estrada Sete Cruzes

Via que dá acesso a Suzano apresenta crateras e falta
de sinalização; a última obra foi realizada no ano de 2009

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
29/10/2012 | 07:00
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Nario Barbosa

A cada 110 metros, uma cratera. Esta é a realidade enfrentada por quem trafega na Estrada das Sete Cruzes, em Ribeirão Pires. Também conhecida como Estrada dos Fernandes, a via de 13 quilômetros dá acesso a Suzano e tem movimentação intensa de caminhões. As más condições expõem a riscos quem utiliza o caminho.

A última vez que o trecho de Ribeirão Pires da estrada, com 3,3 quilômetros, passou por obras de recapeamento foi em 2009, pelo programa estadual Pró-Vicinais. Apesar de o serviço ter sido feito pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem), a responsabilidade pela conservação é das prefeituras.

A equipe do Diário percorreu a estrada na quinta-feira e constatou o abandono na via. Em Ribeirão Pires, cerca de 30 buracos grandes foram vistos ao longo do percurso. Para desviar das crateras, motoristas costumam invadir a contramão, provocando risco de colisões frontais. Em caso de acidentes ou pane mecânica no veículo, outro problema: a estrada não tem acostamento. A pintura desgastada no solo e a sujeira em placas aumentam ainda mais o perigo.

Às margens do caminho existem muitas propriedades rurais, o que faz ser grande o tráfego de caminhões. A faixa sentido Suzano é mais degradada do que a pista em direção ao Grande ABC. "Isso acontece por causa das obras do Rodoanel. Os caminhões vêm de Ribeirão carregados com materiais, descarregam na obra e voltam mais leves", relata o agricultor Gilberto Higa, 42 anos.

No início da via, na interseção com a Estrada do Sapopemba, em Ribeirão Pires, placas informam que os veículos que passarem por lá devem ter peso máximo de 12 toneladas. "Aqui passa caminhão de 40 toneladas e ninguém faz nada. Isso faz piorar muito o asfalto", opina o trabalhador rural Walter de Oliveira, 28. Durante a visita do Diário ao local, não foram vistos agentes de trânsito ou placas que indicassem a existência de balanças.

Outro problema relatado por moradores do entorno é o excesso de velocidade nos trechos em que o pavimento apresenta condições melhores. "Já vi muito acidente por aqui, inclusive com vítimas", lembra o agricultor Francisco Maurício da Silva, 40. Devido aos buracos, Silva precisa levar todo mês o carro para passar por alinhamento e balanceamento.

Na maior parte da via, o limite de velocidade é fixado em 60 km/h. No trecho de Ribeirão Pires não foram vistos radares de velocidade. A Prefeitura de Suzano informa que concluiu no início do mês a primeira etapa da recuperação da estrada. A obra é feita em parceria com dez empresas que utilizam a via para o transporte de terra e materiais de construção. A administração informa que existe radar de velocidade na altura do número 1.997, onde o limite permitido é de 40 km/h. O setor de engenharia de tráfego estuda a possibilidade de instalar outros equipamentos ao longo da estrada.

A equipe do Diário procurou a Prefeitura de Ribeirão Pires desde quinta-feira, mas a administração municipal não se manifestou sobre a situação.

 

Asfalto ruim faz dia de festa se transformar em dor de cabeça

Ao longo da Estrada das Sete Cruzes, diversas chácaras são usadas como espaço para eventos. Os locais são alugados para festas corporativas, formaturas e casamentos. As más condições da via, no entanto, estragam o humor de quem passa em busca de momentos felizes.

Um dos bufês mais conhecidos por lá é o Monte Castelo Eventos. O responsável pelo local, Francisco Anacleto, 47 anos, relata que é comum ouvir reclamações de convidados. "O pessoal se queixa muito, pois os buracos estragam o carro. Quem é daqui sabe onde são os piores pontos e desvia, mas quem vem de fora não conhece e cai mesmo", afirma. O bufê funciona há cerca de cinco anos. Segundo Anacleto, a situação piorou neste ano, com o início das obras do Trecho Leste do Rodoanel. "Recapearam há pouco tempo, mas logo ficou ruim de novo."

O funcionário conta que clientes e funcionários da casa já se envolveram em acidentes. Um cozinheiro do bufê morreu na estrada há cerca de dois anos, quando passou em buraco e o carro em que estava capotou. "Era noite. Imagino que ele não tenha visto o buraco", lembra. Segundo Anacleto, o acidente ocorreu no fim da via, próximo à Estrada do Sapopemba, já em Ribeirão Pires.




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