A Câmara decidiu adiar a votação do projeto de fusão da Companhia de Saneamento de Diadema com a Sabesp. Inicialmente marcada para a sessão ordinária de quinta-feira, a apreciação da propositura entrará na pauta de trabalhos legislativos somente na próxima semana.

A justificativa foi a realização de audiência pública na segunda-feira para extinguir as dúvidas com relação ao texto, que prevê a criação da Companhia de Água de Diadema. A nova autarquia municipal terá capital misto e divisão igualitária de gerência - metade com a Prefeitura e outra parte com a Sabesp.

"Optamos por não colocar o projeto para votar sem antes fazer a audiência pública. Embora muitos itens estejam solucionados, precisamos que todas as partes envolvidas expliquem muito bem o que será feito", disse o presidente da Casa, Laércio Soares (PCdoB).

A audiência pública deverá reunir integrantes da Saned, da Sabesp e da Prefeitura, além de representantes do Sindicato dos Servidores Públicos.

O líder do governo Mário Reali (PT) na Câmara, vereador Orlando Vitoriano (PT), afirmou que a dívida da Saned com a autarquia estadual provavelmente será assumida pela Prefeitura. "Há uma tendência muito forte de que a administração fique com a dívida (estimada em R$ 175 milhões) e parcele em 30 anos, por exemplo. Teremos de arcar com isso", enfatizou o petista.

O passivo total da Saned com a Sabesp é de R$ 685 milhões. Segundo informação do Paço, a união das autarquias irá gerar abatimento de 75% no débito.

Entre os pontos já solucionados estão a manutenção dos atuais funcionários da Saned na nova empresa e o preenchimento dos cargos restantes por meio de concurso público. "O sindicato exigiu a inclusão de emendas que garantem o emprego dos trabalhadores e também eliminem a possibilidade da CAD virar balcão de negócios políticos", emendou Soares.

A previsão do Legislativo é encerrar a votação do projeto de fusão antes do recesso parlamentar, marcado para dia 14.