O diretor do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Francini, afirmou ontem que a geração de empregos industriais em São Paulo passa por um processo de acomodação. Em maio foi registrado o aumento de 0,06% em relação a abril, com ajuste sazonal. "Não se trata de um crescimento, mas de estabilidade. Estamos atentos."

Francini apontou que há a possibilidade de que o nível de emprego da indústria de São Paulo registre resultado negativo em junho ante maio (na série com ajuste sazonal). Segundo o diretor da Fiesp, a desaceleração da geração de postos de trabalho das empresas manufatureiras não está diretamente relacionada com o aperto monetário adotado pelo Banco Central em abril.

Fôlego - "Há uma confluência de fatores que está determinando a redução do fôlego do nível de emprego. Ocorreu o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que elevou a pressão sobre o consumidor, especialmente aquele que tem acesso ao crédito, a elevação dos preços dos alimentos, agora recentemente surgiram os aumentos da Selic e ocorreu o grau de investimento, o que colabora para a valorização do câmbio e a redução da competitividade da indústria nacional", afirmou Francini.

O dirigente da Fiesp frisou que somente o tempo poderá indicar se os aumentos de juros atuais adotados pelo Comitê de Política Monetária do BC poderão causar efeitos expressivos sobre o nível de atividade.