O governador Geraldo Alckmin entrega neste sábado uma lista de equipamentos ao Corpo de Bombeiros da região que, na prática, pouco vai agilizar o atendimento às ocorrências e aliviar o estado de sucateamento enfrentado pela corporação do Grande ABC.

Com exceção do posto de Santo André, que receberá uma motocicleta, e de Ribeirão Pires, contemplada com um novo veículo para efetuar resgates e uma carreta mata-fogo, as demais cidades devem ganhar apenas rádios de comunicação portáteis e equipamentos de proteção respiratória.

Há dois meses, reportagens do Diário constataram a falta de estrutura do Corpo de Bombeiros que provocava demora considerável no atendimento. Num princípio de incêndio em São Bernardo, o socorro demorou mais de uma hora para chegar ao local. Na época, o alto comando do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros admitiu o sucateamento da frota de veículos - parte deles fora de circulação por problemas mecânicos - e a necessidade da substituição dos veículos. De acordo com o major e subcomandante Hamilton da Silva Coelho Filho, 80% das ocorrências se referem a resgate. Mas no pacote de novos equipamentos só os três veículos podem, de fato, acelerar a chegada do socorro.

De acordo o subcomandante do grupamento, os Bombeiros vão receber, além dos três veículos, sete equipamentos de proteção respiratória, 11 rádios portáteis, um rádio móvel, um motor de popa para barcos de resgate e um desencarcerador hidráulico, utilizado principalmente no socorro a vítimas de acidente de trânsito presas entre ferragens. O major acredita que a chegada de novos equipamentos vai aumentar a capacidade de atendimento da corporação. "Com certeza vamos ter uma melhora significativa nos nossos trabalhos", garante.

O subcomandante diz que a motocicleta operacional que será alocada em Santo André vai diminuir o tempo de espera pelo socorro na cidade. "Acredito que a moto vai fazer bastante diferença. Principalmente porque vem com um desfribilador externo automático. Hoje, já são duas em operação no município." Silva Coelho vê também avanços no serviço prestado em Ribeirão Pires, com a chegada da nova unidade de resgate. "Agora teremos uma de reserva."

Apesar das pequenas melhorias, o major admite que, nos outros municípios, as operações não devem sofrer alteração com a aquisição dos novos equipamentos. O subcomandante, no entanto, diz que as ocorrências são atendidas "num tempo bastante razoável", com espera média de 20 minutos.