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Em São Bernardo, 98% rejeitam plano de cargos

Sindicato faz pesquisa junto à categoria sobre satisfação do PCCR

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
28/06/2011 | 07:24
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Pesquisa realizada pelo Sindicato dos Servidores de São Bernardo revela que 98,4% dos funcionários da Prefeitura não concordam com o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, apresentado pela administração.

O levantamento começou no dia 16 e vai até dia 1º. O formulário deve ser preenchido pela internet, na página da entidade (www.sindservsbc.org.br). Até agora, 579 trabalhadores participaram da pesquisa. Desses, 570 rejeitam totalmente as mudanças propostas pelo governo Luiz Marinho (PT), sete concordam em parte e apenas dois dizem que estão satisfeitos com o PCCR.

Os números consolidados da sondagem serão levados para a assembleia geral do Sindserv, que será realizada dia 6. Na oportunidade, o funcionalismo decidirá se entra em greve ou não. O sindicato pressiona o Paço para mudar o texto original, que deve ser enviado à Câmara até 31 de julho. No dia 22 a categoria fez passeata e ato em protesto contra o plano.

Mas, até o momento, não há nenhuma reunião marcada para rediscutir a peça. O secretário de Governo, Maurício Soares, afirmou semana passada que o Executivo "não está propenso" a aceitar as reivindicações da categoria.

"A pesquisa é mais uma forma de o servidor participar do processo de discussão do plano de cargos. É um termômetro para avaliarmos a satisfação das alterações que foram propostas", afirma o presidente do sindicato, Carlos Alberto da Silva, o Ketu.

Havia dúvidas se algum setor da administração se sente contemplado com o PCCR apresentado. Porém, o resultado parcial auferido na tarde de ontem aponta para a quase totalidade dos trabalhadores descontentes.

Segundos os sindicalistas, a rejeição ocorre muito em função da retirada de direitos históricos dos servidores, como a senioridade (reajuste de 2% a cada dois anos). Atualmente, o benefício é direto. Com o plano de cargos, dependerá de avaliação da chefia.

Mudanças nas nomenclaturas das funções também são alvo de críticas. Com o PCCR, haverá cargos largos ou amplos, em que eletricista de automóveis e forrador de urnas (que preparam caixões para enterros) serão transformados em auxiliares de infraestrutura, por exemplo. Assim, terão descrição de atividades idêntica e poderão tanto trabalhar num local como em outro.

No questionário, além da pergunta geral sobre a proposta da gestão petista, há outras dez indagações, algumas específicas sobre a área de atuação dos funcionários. A intenção é obter base de dados minimamente científica para que a pesquisa seja o mais real possível. O Sindserv distribui hoje boletim informativo que estimula a participação da categoria no levantamento. São 13,6 mil servidores ativos e inativos em São Bernardo.

 

Em Sto.André, mudanças foram negadas

 

Os servidores de Santo André rejeitaram em março o plano de cargos oferecido pela administração Aidan Ravin (PTB). Ao contrário de São Bernardo, em que o sindicato faz pesquisa de satisfação, houve votação deliberativa pela internet.

Dos 7.600 servidores públicos da Prefeitura de Santo André, cerca de 4.400 votaram, sendo que 96% preferiram a manutenção da atual situação, em detrimento às mudanças. Após a negativa, Prefeitura e sindicato abririam novamente o diálogo sobre o plano, mas não houve avanços.

Os dois pontos comuns nas três propostas apresentadas ao funcionalismo andreense eram a substituição do biênio por anuênios (períodos de um ano), com porcentagens de reajuste salarial menores, além de avaliação individual e aumento para os bem avaliados.

As críticas giraram em torno da falta de debate sobre as mudanças. Ampla discussão do assunto à concretização do plano de cargos foram promessas de Aidan Ravin na campanha de 2008.

Em São Bernardo, o prefeito Luiz Marinho também prometeu valorizar o funcionalismo. O PCCR está na pauta da mesa permanente de discussão entre sindicalistas e integrantes da administração há dois anos.




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