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São Paulo bate o Verdão e encerra fila de títulos após quase nove anos

Superior no duelo, Tricolor vence o Palmeiras por 2 a 0 e assegura troféu do Paulistão; clube não era campeão estadual desde 2005

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
24/05/2021 | 07:00
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Paulo Pinto/Flickr São Paulo


 Em duelo decisivo dos técnicos estrangeiros, o argentino Hernán Crespo levou vantagem sobre o português Abel Ferreira e, de quebra, encerrou amarga fila de títulos do São Paulo, que perdurava há quase nove anos, quando em 2012 o time faturou a Copa Sul-Americana. Superior na partida e selando com chave de ouro a melhor campanha desde a primeira fase, o Tricolor bateu, ontem, o Palmeiras na final, por 2 a 0, no Estádio do Morumbi, com gols da cria Luan e do iluminado Luciano, assegurando o troféu do Campeonato Paulista – o clube não era campeão do torneio estadual desde 2005.

Com a taça, o São Paulo chega a 22 títulos do Paulistão e iguala o Santos, atrás de Palmeiras (23) e Corinthians (30). O resultado rendeu ao Tricolor o prêmio de R$ 3,5 milhões. O troféu marca a mudança de perfil do time do Morumbi com o ingresso de Crespo, 45 anos, vencedor na trajetória como jogador e que iniciou bem promissora carreira de treinador. Além da experiência, ele emplacou espírito aguerrido na equipe, com contratações pontuais e retomada de sistema defensivo sólido, com três zagueiros.

Assim como no primeiro confronto, do Allianz Parque, a partida começou truncada, com muita marcação e disposição física, mas sem grandes lances. O Palmeiras controlava, até que num detalhe, aos 36 minutos, o São Paulo abril o placar. O volante Luan dominou e arriscou de fora da área. A bola desviou em Felipe Melo e enganou Weverton. O Verdão foi para o intervalo atrás do marcador, só que apesar de alterações no esquema para a fase complementar não encaixou o poder de fogo do time, sem ver brilho de suas principais peças.

Já o Tricolor apostou na força defensiva e nos contra-ataques. Com espaços, aos 31, Nestor avançou pela esquerda e cruzou na medida para Luciano, que voltava de lesão – ambos vieram da reserva. O atacante bateu e ampliou. Sara ainda perdeu chance incrível, em defesa de Weverton. O Palmeiras só levou perigo ao gol do rival aos 37, com Wesley.

Com início animador, time do Morumbi alivia pressão
O título do Paulistão para o São Paulo representa mais do que apenas mais um à sala de troféus. O êxito alivia a pressão no clube diante do fim do longo período sem glórias, que ficavam no passado. O último grito de campeão estadual, inclusive, remonta há 16 anos, justamente quando o Tricolor embalou sua terceira conquista da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa. Engrenou também outras três consecutivas do Brasileirão. Para piorar, de lá para cá, o time do Morumbi ainda viu os principais rivais aumentarem número de medalhas douradas.

O início de Crespo no comando tricolor é animador, com 70% de aproveitamento e um título em três meses de atuação. Está classificado, antecipadamente, às oitavas da Libertadores e entra na briga no nacional. Após passagem pela Europa, o zagueiro Miranda, 36 anos, que retornou ao São Paulo depois de dez anos, simboliza esse novo momento do clube. “A história continua. Vim para ganhar títulos. Agora, é dar continuidade. Cheguei aqui para recolocar o São Paulo no lugar que ele merece”, disse o jogador, em entrevista à TV Globo.

Autor do primeiro gol e cria da base, Luan pontuou o “peso que é vestir a camisa” do Tricolor. “Clube como o São Paulo não pode ficar tanto tempo sem ser campeão”, afirmou. Após dificuldade interna para encontrar substituto para Rogério Ceni, o goleiro Tiago Volpi se tornou titular absoluto desde o fim de 2018, mas esbarrava na desconfiança do time. “Foram dois anos batalhando, batendo na trave desde 2019. Esse título nos dá muita força.”

Abel lamenta revés, e sustenta: ‘Não foi melhor do que nós em nada’

O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, lamentou o resultado do Estadual ao sustentar que a conquista rival foi construída com base em lance acidental, lembrando o empate no duelo de quinta-feira e o primeiro gol tricolor após bola desviada na linha defensiva alviverde. “Nosso adversário não foi melhor do que nós em nada. Não criou mais oportunidades do que nós e não transitou mais do que nós. No primeiro jogo, as melhores oportunidades foram nossas. Não foi melhor do que nós, a não ser na eficácia e na sorte que teve no primeiro gol.”

O português parabenizou o rival pelo título, mas ponderou que o lance involuntário mudou a história do jogo. “Foi um jogo decidido em detalhes. Você trabalha, planifica, gasta um tempo tremendo para tentar trabalhar sua equipe e, muitas vezes, o jogo é decidido por esse tipo de gol”, reforçou Abel. “Não me custa nada admitir que o adversário também tem qualidade, teve organização e se defendeu muito bem. Parabéns ao adversário porque ganhou e foi mais feliz.” 




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