"Peço perdão, em nome do Estado, aos que sofreram pelos mortos e desaparecidos. Aos milhares de refugiados, aos mutilados, aos torturados, aos excluídos, a todas as vítimas da violência e do terror".
Toledo afirmou que "como chefe de Estado de uma Nação castigada pela violência, não pode ignorar a responsabilidade que lhe cabe, apesar de não ter governado naquela época".
O presidente destacou que o Peru não pode renunciar à verdade e que é preciso castigar os responsáveis pelas violações dos direitos humanos. Na mesma mensagem, Toledo anunciou a execução de um plano de Paz e Desenvolvimento que destinará cerca de US$ 822 milhões às áreas mais afetadas pela violência.
Ao citar o relatório final da Comissão da Verdade e Reconciliação (CVR), divulgado em agosto passado, Toledo pediu aos peruanos que aceitem com "coragem este período de violência extrema que atingiu a todos, em especial os mais humildes. Devemos enfrentar esta crua realidade".
O presidente disse que a exclusão social, a falta da presença do Estado e o abandono, principalmente sobre a população rural e indígena, foram "o caldo de cultivo para a ideologia demencial e terrorista imposta aos peruanos mais pobres e que gerou um banho de sangue que durou mais de 20 anos".
Toledo destacou que "não há qualquer dúvida de que o Sendero Luminoso (guerrilha maoísta) foi o principal responsável pela violência", mas lembrou que no conflito "alguns membros das forças da ordem incorreram em excessos dolorosos" e que "corresponderá ao Ministério Público e ao Poder Judiciário tratar destes casos, sem permitir impunidade ou abuso".
O relatório da CVR revelou que a violência política no Peru deixou mais de 69 mil mortos e desaparecidos em 20 anos de conflito.
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