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Legalistas sao suspeitos de incitar violência na Irlanda
Do Diário do Grande ABC
06/07/2000 | 11:34
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Os paramilitares legalistas, oficialmente em trégua, mas que desejam garantir seu controle sobre a comunidade protestante, sao suspeitos de incitar à violência que sacode a Irlanda do Norte desde o início da semana.

Os paramilitares sao acusados de explorar a tensao que surgiu na província desde que as autoridades proibiram que a Ordem de Orange (protestante) desfilasse por um bairro católico no próximo fim de semana.

Este aumento da violência acontece em meio à luta pelo poder entre os setores legalistas - Ulster Freedom Fighters (UFF) e Ulster Volunteer Force (UVF) - dentro dos quais há elementos que disputam o controle do narcotráfico, praticam a extorsao e a criminalidade em geral.

Os protestos em Drumcree, nos arredores do município de Portadown (sudoeste de Belfast), constituem uma oportunidade perfeita para que estes militantes de linha dura demonstrem seu poder.

No início desta semana, os dirigentes da Ordem de Orange convocaram manifestaçoes em toda a província, depois de serem informados de que nao seriam admitidos em uma parte do seu tradicional trajeto, durante o desfile de domingo. A resposta à esta proibiçao foi uma onda de violência, que se prolongou por quatro noites.

Em Belfast, legalistas seqüestraram e incendiaram automóveis, erguendo barreiras nas ruas. Na última terça-feira, atiraram contra a polícia, que revidou.

As forças de ordem também foram atacadas por jovens, que lançaram pedras e bombas incendiárias. Soldados voltaram a patrulhar as ruas, depois de quase dois anos.

Em Drumcree, centenas de amotinados lançaram bombas incendiárias, pedras, fogos de artifício e ácido na direçao das forças de segurança, que usaram o canhao d água pela primeira vez em 30 anos.

Ao anoitecer desta quarta-feira, o exército registrou 61 casos de desordem civil em Belfast durante as 24 horas precedentes, mais do que em todo o ano passado.

Também houve denúncias de ameaças contra lares católicos e mistos no Norte de Belfast.

Mas a indicaçao mais visível da participaçao extremista foi a presença em Drumcree de Johnny Adair, um dos paramilitares mais conhecidos, nas noites de segunda e quarta-feira.

Adair e 50 de seus milicianos aclamaram quando três homens armados descarregaram sua artilharia, em uma demonstraçao de força, na noite da última segunda-feira.

Aldair esteve preso durante 16 anos por terrorismo, mas, como outros paramilitares, foi solto antes de cumprir toda a pena, como determinou o acordo de paz da Sexta-feira Santa.




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