O técnico Muricy Ramalho está preocupado com o assédio ao jovem goleiro Denis, que virou titular do São Paulo depois das contusões de Rogério Ceni e Bosco. Por isso, proibiu o jogador de 22 anos de dar entrevistas até o fim da semana, quando acontecerá o clássico contra o Palmeiras, no Palestra Itália, pela terceira rodada do Brasileirão. "Ele tem que jogar, não falar", recomendou o comandante são-paulino, que deve escalar o goleiro diante do Cruzeiro pelas quartas de final da Libertadores.

Após cirurgia no tornozelo esquerdo, Rogério Ceni deixou a vaga de titular para Bosco, que também se machucou: sofreu lesão no joelho esquerdo no jogo de domingo, contra o Atlético-PR, no Morumbi. Assim, a vaga sobrou para Denis, que chegou ao clube no começo deste ano, vindo da Ponte Preta - nesse período, atuou uma vez, no segundo tempo da vitória sobre a Portuguesa, no Canindé, pelo Paulistão.

Denis estava programado para conceder entrevista coletiva ontem, após o treino da manhã no CCT da Barra Funda. Mas foi substituído pelo volante Richarlyson. Antes, foi o meia Hugo quem conversou com os jornalistas e ressaltou a falta que faz o titular do gol são-paulino, que também era o capitão da equipe. "Apesar da pouca idade, o Rogério Ceni tem muita sabedoria. Sempre tem uma frase para nos incentivar nos jogos. O time é outro sem ele", disse o jogador.

A frase de Hugo é um sinal claro de que já existia perda grande com a troca de Rogério Ceni por Bosco, o que pode piorar agora com a entrada de outro goleiro no time. Talvez por isso, Muricy tenha decidido que o melhor era preservar Denis por enquanto.

Para ajudar, Richarlyson logo veio apoiar o novo titular do gol são-paulino. "Não concordo com a opinião do Hugo. Acho que o Rogério é importante, mas se o Denis está aqui é porque tem condições de jogar. Não vejo como uma blindagem. Acho que a intenção é deixá-lo com a cabeça apenas no jogo", afirmou o volante.