O repelente e a raquete elétrica estão sempre próximos da desempregada Alessandra Oliveira Cassoni, 44 anos. A moradora da Rua Guilherme de Almeida, no Rudge Ramos, em São Bernardo, revela que os itens passaram a ser necessários, há dois meses, para evitar a presença de pernilongos, que insistem em incomodar. O problema é gerado, conforme a comunidade, pelo acúmulo de água parada em piscinão do bairro. Uma das preocupações, inclusive, é em relação ao aparecimento do temido Aedes aegypti, transmissor da dengue.

“É incrível, porque eles (pernilongos) até batem no nosso rosto, devido à quantidade. O medo de todos é adquirir dengue. Estamos preocupados com a chegada do verão. Para pegar a ração do cachorro tenho de fechar as portas e janelas. A água do piscinão está com plantas e o cheiro está terrível. Quando lavaram o local, no ano passado, ficou um ano sem pernilongo, mas agora está abandonado”, reclama.

A indignação também é ressaltada pela dona de casa Edna de Lima, 48, que faz da própria residência “prisão” e adota medidas preventivas com vasos de planta e garrafas. “Sou obrigada a deixar tudo fechado e estou sempre de olho, ainda mais agora, que não existe condição de ficar comprando spray toda hora (devido ao preço considerado elevado) e estamos com a saúde exposta. Qualquer poça de água é margem para criação de focos de dengue”, relata.

O marceneiro Luiz Antonio Brazolato, 56, carrega nas mãos o inseticida que utiliza diariamente na residência que vive há 28 anos. “Usamos dois tubos de repelente, um para cada casa. A situação está complicada demais. Durante a noite é só acender as luzes que eles (mosquitos) aparecem”, revela.

A Prefeitura destacou que “a água não está acumulada. A referida é quantidade normal para escoamento por meio de bomba. Devido ao aparecimento de algas, fizemos o escoamento e realizamos a manutenção”.