Fazer parte de uma pirâmide humana não é fácil. Viver do circo, então, é mais difícil ainda.

Mas os acrobatas do grupo The Brothers parecem não se importar muito com as dificuldades de seu trabalho. Neste sábado, eles são uma das atrações da ação social Diário do Grande ABC nos Bairros, que se realiza na Vila Sá, em Santo André.

A pirâmide humana integra o espetáculo do Circo Beto Carrero, que se apresenta em São Caetano até o dia 30. Os oito integrantes do The Brothers são de dois Estados diferentes: cinco são do Piauí e três de Minas Gerais. Contam que, assim que viram o circo passar, abandonaram suas famílias e foram se juntar aos artistas circenses.

O mais velho do grupo de acrobatas tem 22 anos, e está desde os 18 anos no Instituto Betinho. “No início, vendia pipoca, já que não tenho família no meio circense. Aos poucos fui mostrando o que sabia fazer e me colocaram para treinar”, contou Carlos Mambeli, mais conhecido como Cacá.

A paixão pelo circo começou desde menino. Ele tentou fugir com o circo quando tinha 12 anos, mas foi pego pelo Conselho Tutelar de Varginha (MG), em Minas Gerais. “Lembro que quando vi pela primeira vez um espetáculo, tentei me enrolar numas cordas para fazer igual e me espatifei no chão”, relembra.

Pirâmide - A pirâmide, hoje, dura pouco tempo, de 4 a 6 minutos, mas os ensaios levam até quatro horas. Todos têm posições marcadas, mas são obrigados a saber todas as outras, para eventuais imprevistos.

Em uma das apresentações, o homem da base carregava quatro colegas em um braço e três em outro quando torceu o pé e todos caíram.

“Uma de nossas primeiras lições no circo é como cair, por isso ninguém se machucou no tombo. Temos um trabalho com físico e mente, que precisa de concentração”, conta Cacá.

A apresentação dos acrobatas começa por volta do meio dia. O Diário do Grande ABC nos Bairros tem o apoio das Prefeituras e o patrocínio da Universidade Metodista. (Supervisão de Lola Nicolás)