A Secretaria de Estado da Saúde anunciou ontem a ampliação da campanha de vacinação contra a gripe para carteiros, professores do Ensino Fundamental e funcionários da rede pública, policiais militares, civis e técnicos científicos. No Grande ABC, são pelo menos 17,5 mil beneficiados, somando o efetivo de policiais militares (3.600), que chegam a cerca de 5.000 incluindo bombeiros e integrantes das polícias Ambiental e Rodoviária; os carteiros, que totalizam 1.050 profissionais; e os 11 mil docentes.

Até o dia 20, este público-alvo poderá receber, gratuitamente, a vacina que combate o vírus Influenza, causador da gripe, em qualquer posto de Saúde, mediante apresentação da identificação funcional. As categorias foram agregadas à ação por manterem proximidade com dezenas de pessoas diariamente.

No caso dos educadores, a vacina evita a disseminação da gripe em um dos ambientes mais suscetíveis: a escola. “As crianças são as principais transmissoras da doença e, como os professores estão em contato direto com elas, a vacina diminui o risco da disseminação do vírus”, diz o infectologista Munir Akar Ayub, da Faculdade de Medicina do ABC. Porém, o especialista ressalta que o melhor período para a vacinação seria entre os meses de março e abril. “Já estamos perto do inverno, que é a temporada de gripe, e o corpo leva 15 dias para ficar protegido após tomar a vacina.”

Anteriormente, a campanha abrangia idosos com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), crianças entre 6 meses e menos de 5 anos, indígenas, pacientes diagnosticados com doenças crônicas e profissionais estaduais de Saúde.

Segundo balanço da Pasta, baseado nos dados informados pelos municípios paulistas, desde o dia 22 de abril foram vacinadas 8,6 milhões de pessoas no Estado. Por não atingir a meta inicial de 9,2 milhões, a iniciativa foi estendida e com a ampliação do público-alvo, o objetivo de imunização passa para 9,6 milhões. A secretaria não informou balanço da região ontem. Até o dia 30 de maio, 401,2 mil moradores do Grande ABC foram vacinados.

Ayub diz que um dos motivos que levam a população a não tomar a vacina é a ideia de que possa haver efeitos colaterais ou ainda que, após recebê-la, a pessoa ficará gripada. “Isso é lenda. A vacina contém vírus mortos que não causam gripe. Se isso acontecer é porque a pessoa já tinha ficado exposta ao vírus antes da imunização.”

Além de proteger contra a gripe A H1N1, que se propagou pelo mundo na pandemia de 2009, a vacina, produzida pelo Instituto Butantan, também imuniza contra outros dois tipos do vírus Influenza: A H3N2 e B.