O presidente francês, Jacques Chirac, 74 anos, anunciou neste domingo, pela televisão, que não será candidato a um terceiro mandato. O chefe de Estado ficou 12 anos à frente do país.

"Ao fim do mandato que os senhores me confiaram, será chegada a hora de vos servir de outra forma. Eu não pedirei o voto dos senhores para um novo mandato", disse, pedindo aos franceses "que nunca compartilhem do extremismo".

"Tudo na alma da França diz não ao extremismo", garantiu, em declaração emocionada de dez minutos, do Palácio do Elysée. Ele garantiu amar seu país "apaixonadamente" e disse aos franceses que se orgulha do trabalho que realizam juntos.

Chirac indicou que falará mais tarde sobre "suas escolhas pessoais" para a eleição de abril-maio, sem fazer referências ao ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, seu desafeto dentro do partido.

O anúncio de sua aposentadoria era amplamente esperado, pois segundo pesquisas de opinião mais de 75% dos franceses não queriam que ele se candidatasse novamente. O mandato de Chirac termina em 16 de maio à meia-noite.

Próximo - Com a desistência de Chirac, a corrida presidencial fica completamente aberta entre os três pretendentes: Nicolas Sarkozy (direita), a socialista Ségolène Royal e François Bayrou (centro) que vem tendo resultados inesperados nas pesquisas.

Estes três candidatos, compõem uma nova geração após os "anos Chirac", que alternaram sucessos, fracassos e travessias do deserto.

Enquanto Sarkozy mantinha seu silêncio, Ségolène Royal e François Bayrou elogiaram o discurso de Chirac, falando de um momento "histórico" para a França.

O líder da extrema-direita Jean-Marie Le Pen, que perdeu para Chirac em 2002 no segundo turno das eleições, disse que Chirac foi "o pior presidente da história do país" e que estava perdendo "seu pior inimigo".

No cenário internacional, o presidente americano, George W. Bush foi o primeiro a reagir. Ele desejou "o melhor" a Jacques Chirac, prometendo que os Estados Unidos e a França continuarão sendo parceiros "leais".