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De olho em 2022, Lula faz aceno ao eleitorado evangélico

Em evento ontem à noite no Sindicato dos Metalúrgicos, ex-presidente disse que Bolsonaro não crê em Deus

Arthur Gandini
04/12/2021 | 00:15
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez aceno ontem ao eleitorado evangélico, em meio a críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de 2022, o petista participou da exibição do filme Marighella, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo. Realizou discurso na cerimônia de abertura do evento, que contou com figuras da sua base política no Grande ABC e atores do filme.

Também estiveram presentes Carlinhos Marighella e Maria Marighella, respectivamente, filho e neta do ex-guerrilheiro, que teve a vida levada ao cinema. Houve a ausência do ex-ministro Fernando Haddad (PT), candidato nas eleições presidenciais de 2018, que alegou ter tido “problemas de última hora” e enviou um pedido de desculpas aos presentes.

Lula se dirigiu ao pastor Henrique Vieira, que havia declarado antes no palco do evento que parte da população evangélica é progressista e irá auxiliar a derrotar Bolsonaro nas urnas. “Seria extremamente importante convencer muitos pastores a fazer o discurso que você fez. Nós temos a obrigação de convencer a sociedade de que o Bolsonaro não crê em Deus e não pratica nenhum ensinamento que está na Bíblia. Na verdade, é tudo ao contrário do que a Bíblia ensina”, disparou.
O petista tem declarado em público que ainda não decidiu se irá se candidatar a um terceiro mandato no Palácio do Planalto. Contudo, as falas dos presentes giraram em torno da sua candidatura.

O filme conta a história de Carlos Marighella (1991-1969), guerrilheiro que combateu a ditadura militar (1964-1985) e foi assassinado pelo regime. Puxadas pela temática do filme, as declarações no evento fizeram referências à ideia do heroísmo e houve comparações de Lula com Marighella e Jesus Cristo. O petista também citou Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes (1746-1792). Lembrou que o dentista foi assassinado pelo governo da época por participar de revolva popular e, quase um século depois, o Estado brasileiro o declarou herói nacional.

PRISÃO

Lula atribui o período de 580 dias que ficou preso, ao ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, a uma pressão da elite brasileira. O petista foi solto em novembro de 2019 por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Já em abril deste ano, a corte anulou as condenações ao considerar que o ex-juiz Sergio Moro atuou em prejuízo a Lula no julgamento do processo.

Moro se filiou nesta semana ao Podemos e agora também é cotado como presidenciável. “Eles trabalharam para que eu fosse preso, pois não queriam que a gente voltasse a governar esse País. Vocês vão ver o filme. Na história da humanidade, toda vez que aparece alguém para defender os humildes, essa pessoa é presa e assassinada”, declarou.

O prefeito petista de Mauá, Marcelo Oliveira, também citou a prisão em discurso. “Hoje (ontem) vamos assistir (no filme) a luta pela democracia. Sabemos o que fizeram com o presidente Lula, tiraram ele da eleição (de 2018), defendeu.
Já Filippi Júnior (PT), chefe do Executivo de Diadema, ressaltou a cidade como berço político do PT. Lembrou que a sigla ficou de fora da Prefeitura entre 2012 e 2020, após Mário Reali (PT) perder a cadeira de prefeito para Lauro Michels (PV). “O povo estava com saudade do PT. Foi preciso perder para dar mais valor. Esse sentimento está começando a ficar muito forte junto ao povo brasileiro”, afirmou. 




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