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Presidente paraguaio acusa países do Mercosul de apoiarem Oviedo
Do Diário do Grande ABC
06/05/1999 | 14:54
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O presidente interino do Paraguai, Juan Carlos Galaverna, acusou nesta quinta-feira diplomatas do Uruguai e da Argentina de apoiarem o ex-general Lino Oviedo, atiçando o tenso ambiente das relaçoes com os países do Mercosul, onde encontraram asilo importantes autoridades do governo anterior.

Em declaraçoes à Rádio Ñandutí, Galaverna incluiu nesta quinta o embaixador argentino Nestor Auad como ``colaborador do oviedismo', o movimento político liderado por Oviedo, asilado na Argentina. ``Tenho certeza absoluta' de que Auad colaborou com Oviedo e ``nao á a primeira vez que digo', assinalou Galaverna, que substitui por dois dias o presidente Luis González Macchi, de visita oficial a Santiago do Chile.

Galaverna disse nesta quarta que o ``Uruguai mantém relaçoes hipócritas com o Paraguai' e criticou o presidente uruguaio Julio Sanguinetti porque ``fez coisas que nao me agradaram'.

Depois dessas declaraçoes, Montevidéu chamou para consulta seu embaixador em Assunçao, Rodolfo Olavarría. O político paraguaio, conhecido por falar francamente, reiterou que o ex- embaixador uruguaio Federico Bouza foi um dos suportes do general Oviedo, embora lamentasse a retirada de Olavarría.

González Macchi acedeu à presidência sendo titular do congresso após a vacância de poder em seguida ao assassinato do vice-presidente Luis María Argaña a 23 de março e à renúncia cinco dias mais tarde do presidente Raúl Cubas, que se asilou no Brasil.

Há dois dias, Galaverna atacou os governos sócios do Paraguai no Mercosul (Argentina, Uruguai e Brasil) assinalando que o bloco regional ``protege delinqüentes e assassinos'. Fazia referência ao asilo obtido por Oviedo na Argentina, por Cubas no Brasil e pelo ex-ministro da defesa, general José Segovia, no Uruguai, que também recebeu esta semana o pedido de asilo do senador Victor Galeano.

O embaixador Auad disse na mesma rádio minutos depois que rechaçava os conceitos ``muito infelizes para mim' do presidente provisório. ``Minha conduta no Paraguai tem sido o que publicamente todo mundo sabe, com acertos e desacertos nestes quatro anos e meio de funçao diplomática', comentou Auad. ``Nao tenho a mais remota idéia por que (Galaverna) faz essa acusaçao. Para mim é uma situaçao delicadísima. Nao posso pedir explicaçoes ao Presidente de uma naçao. Mas é a primeira vez que escuto isto', disse Auad.

Por sua vez, o embaixador do Brasil, Pericas Neto, nao comentou as declaraçoes de Galaverna.




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