Economia Titulo Na ponta do lápis
Caderneta é opção para quem investe pela 1ª vez

No Dia Mundial da Poupança, confira dicas para quem quer guardar dinheiro, e com segurança

Fernando Pereira
Especial para o Diário
31/10/2014 | 07:27
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Divulgação


Considerada um dos investimentos mais seguros e preferidos de milhões de brasileiros, a centenária caderneta de poupança, aos 153 anos, é a modalidade mais indicada para quem quer começar a guardar dinheiro. Criada no século 19, em 12 de janeiro de 1861, em paralelo ao surgimento da Caixa Econômica Federal, a caderneta tinha como principal objetivo ser uma reserva monetária para as camadas mais populares da sociedade ou, na linguagem popular, um ‘pé-de-meia’, que passou a sair debaixo dos colchões para ser guardado, e rendendo juros, no banco. Sua relevância é tamanha que hoje comemora-se o Dia Mundial da Poupança.

O gerente regional de pessoa física em exercício da Caixa para o Grande ABC, João Vitor Mathias Siqueira, avalia que a poupança “está entrelaçada em nossa história, já que foi criada justamente para receber depósitos de pessoas menos favorecidas”.

Tanto que o perfil mais adequado para esse tipo de investimento é muito amplo, e democrático – não exige valor mínimo para aplicação. “É ideal para pessoas que tenham renda de, no mínimo, R$ 500, até R$ 10 mil”, indica o professor de Finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Atuariais e Financeiras) e planejador financeiro Silvio Paixão.

Outra vantagem apontada pelo especialista é que a caderneta não cobra Imposto de Renda nem taxas para que o dinheiro permaneça aplicado e rendendo juros. Seu rendimento, determinado pela lei federal 1.877 desde 1991, é de 6,17% ao ano (ou 0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial) – que varia diariamente.

É válido ressaltar que, conforme determinação da lei 12.703 de 2012, se a taxa básica de juros do País, a Selic, estiver abaixo de 8,5% ao ano, as regras mudam e a poupança rende 70% do seu percentual. Hoje, está em 11,25% ao ano.

Para se ter ideia do rendimento da caderneta, o professor de Economia da Universidade Municipal de São Caetano Volney Aparecido Gouveia simula que, se uma pessoa investir R$ 1.000 durante o ano, o rendimento será de R$ 65. Ele orienta que a poupança é modalidade ideal para investimentos de curto prazo, ou seja, de até dois ou três anos, já que não há descontos e limites de valor.

Quanto ao valor ideal para reservar à caderneta, o educador financeiro Reinaldo Domingos orienta que o consumidor, antes de poupar, deve definir, antes de tudo, qual é o objetivo que deseja realizar, para então criar o hábito de poupar. Isso funciona, inclusive, como um estímulo à poupança. O passo seguinte é definir o valor que pretende guardar mensalmente para alcançar o objetivo. “O ideal seria o consumidor poupar cerca de 10% dos seus ganhos”, afirma.

ESTATÍSTICAS - O Banco Central prepara trimestralmente a Estban (Estatística Bancária por município), que contém as análises financeiras dos 5.564 municípios brasileiros. No Grande ABC, as instituições Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Itaú Unibanco são os bancos que possuem os maiores valores de depósitos na poupança.

O coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, justifica que o sistema bancário brasileiro é concentrado por seis bancos: Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC. “Por isso há um maior número de depósitos nestes locais.”

Quanto às cidades da região, levantamento de 2013 mostra que São Caetano é a primeira do País (com mais de 100 mil habitantes) em poupança per capita: R$ 11.525,56, por aplicação.  




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