O PTB estará dividido e não votará unido no Senado na questão da PEC (Proposta de Emenda á Constituição) que tem como objetivo prorrogar até 2011 a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), imposto com prazo de extinção previsto para o fim deste ano.
A sigla já liberou seus seis senadores para votarem como quiserem. De acordo com o presidente nacional da legenda, ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ), a previsão é que quatro votem a favor e depois votem contra a manutenção do chamado ‘imposto do cheque’.
Segundo Jefferson, os senadores Mozarildo Cavalcanti (RR) e Romeu Tuma (SP) devem votar contra o tributo. Cavalcanti já foi até expulso pelo governo da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) por ter explicitado publicamente ser contra a CPMF. Já Tuma é antigo integrante do DEM, partido que ‘fechou questão’ contra o imposto.
Já Epitácio Cafeteira (MA), Gim Argello (DF), João Vicente Claudino (PI) e Sérgio Zambiasi (RS) devem se manter alinhados com o governo e votar a favor da CPMF. Todos esperam obter mais recursos para seus respectivos Estados.
Roberto Jefferson, que é contra a CPMF, gostou da idéia do PTB de liberar a bancada. Apesar de oficialmente a sigla ser contra o imposto, ninguém será punido se votar a favor da PEC.
Na avaliação de Jefferson, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, que também é do PTB, sai fortalecido com a decisão do partido de não orientar a bancada a votar contra a prorrogação da CPMF. “Não desgasta a posição dele de ministro da interlocução política”, explicou.
O senador Mozarildo Cavalcanti também acha que o partido acertou em não ter determinado que a bancada vote contra a CPMF, pois não tomou esta atitude quando a proposta foi votada na Câmara dos Deputados.
“Seria alterar a regra do jogo no final. É melhor deixar com a consciência e com os problemas dos estados de cada um”, disse Cavalcanti.
(Veja a cobertura da ‘batalha da CPMF’)