A ação foi coordenada por uma mulher que vendia chocolates no vagão de um dos trens da CPTM. À tarde, a ambulante, identificada como Elisangela Ferraz, 24 anos, teria sido repreendida pelo segurança depois de ser flagrada oferecendo sua mercadoria a passageiros – o que é proibido. Segundo ela, o rapaz a obrigou a desembarcar do trem. “Eu não obedeci e ele me puxou pelo braço”, afirmou.
Na seqüência, a mulher disse ter levado um tapa no rosto de outro segurança. As agressões cessaram apenas quando a porta do vagão se fechou e Elisangela seguiu viagem, segundo seu relato. Irritada, a vendedora foi até São Paulo, onde se encontrou com o marido, também vendedor ambulante. Jair Aragão Souza, 29, reuniu um grupo formado por cerca de 15 ambulantes.
Durante a viagem, o grupo articulou detalhes sobre o plano de linchamento do segurança. A conversa atraiu a atenção de outros passageiros, que também se uniram ao bando de agressores. Além dos 15 ambulantes, estima-se que outras 20 pessoas possam ter desembarcado em Utinga dispostas a investir contra o rapaz.
O grupo correu pela plataforma em direção ao segurança, que estava junto à bilheteria. Depois da investida, o bando seguiu direções diferentes. Semi-inconsciente, o vigia foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros para o CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André.
O circuito interno de segurança da estação registrou a movimentação dos agressores dentro da estação e pelas imagens foi possível ver Souza empunhando um pedaço de madeira. Uma equipe de seguranças da CPTM passou a fazer buscas para tentar encontrar o ambulante, que foi preso cerca de 30 minutos depois da agressão.
Além dele, também foram detidos sua mulher e outras quatro pessoas acusadas de envolvimento na agressão. Depois do linchamento, o grupo teria se reunido em um bar no entorno da estação para comemorar o “sucesso” da ação.
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