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Ipea quer mais investimento em telecomunicações
Da Agência Brasil
08/06/2010 | 07:00
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O pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Rodrigo Abdalla, avaliou ontem que o setor público deve participar mais da oferta de serviços de telefonia fixa e móvel, TV por assinatura e internet para que esses serviços possam ser usados de forma mais pulverizada e para que sejam estendidos a todas as classes sociais.

A avaliação foi feita tomando por base o estudo do Ipea Desafios e Oportunidades do Setor de Telecomunicações no Brasil, que compara os investimentos do setor de telecomunicações, previstos para o período de 2010 a 2013 - R$ 67 bilhões - com o que foi investido nos últimos quatro anos - R$ 66 bilhões.

O trabalho cita dados de pesquisa mostrada no Fórum Econômico Mundial, realizada com 134 países, que coloca o Brasil na pior posição em oferta de telefonia móvel.

DESAFIOS - Segundo o pesquisador, há desafios a serem vencidos entre os quais o de facilitar o acesso da população de baixa renda que não teria como pagar pelos serviços. Ele compara esse cenário ao acesso de energia elétrica que tem sido provido pelo Programa Luz Para Todos. "Se dependesse apenas do setor privado, certas famílias ainda não teriam luz", disse ele.

Abdalla propõe que, no caso das telecomunicações, sejam desenvolvidas políticas públicas com maior sinergia entre os governos federal, estadual e municipal, visando as PPPs (Parcerias Público-Privadas), por exemplo.

INVESTIMENTOS - O pesquisador também alertou sobre o risco de estagnação nos investimentos por causa da crise financeira que atinge alguns países, lembrando que, entre os grupos que exploram os serviços no Brasil, estão representantes da Espanha e do México. Segundo ele, após o período de privatização promovido no setor, entre 1999 e 2008, foram aplicados recursos da ordem de R$ 148 bilhões.

Do montante, apenas R$ 26 bilhões foram provenientes de desembolsos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Nesse período, ainda de acordo com o Abdalla, praticamente não se usou os recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações).

"O grande problema é que as empresas privilegiam sempre os locais de maior densidade e com concentração de renda", afirmou. Com isso, os serviços são mais caros em regiões distantes, onde não há infraestrutura. Um serviço de banda larga pode custar até 15 vezes mais no extremo Norte do País do que na região Sudeste, por exemplo.




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