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Uninove é escolhida para oferecer cursos de Medicina

Instituição vai ofertar 100 vagas em S.Bernardo
e 50 em Mauá; ação faz parte do Mais Médicos

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/07/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A Uninove foi a instituição escolhida em edital para oferecer 150 vagas de Medicina em Mauá e São Bernardo. A iniciativa faz parte do Programa Mais Médicos e o resultado preliminar foi anunciado ontem pelo Ministério da Saúde e da Educação.

Em Mauá, serão disponibilizadas 50 vagas e em São Bernardo, 100. Com isso, o número de oportunidades para cursar Medicina no Grande ABC, quase dobra. Atualmente são oferecidas 110 vagas na FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), em Santo André, e 60 na USCS (Universidade Municipal de São Caetano).

Segundo o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), a ideia é que os alunos comecem a estudar no início do ano que vem. “Trabalho com essa data, que foi anunciada anteriormente, ainda mais agora com a condição de que a Uninove vai mesmo ser a faculdade oferecida. Na segunda-feira vou conversar com a instituição para que o processo seletivo seja feito até dezembro para, assim, iniciar o ano letivo em 2016.”

O resultado preliminar deveria ter sido divulgado no dia 25 de junho, porém, foi adiado para ontem. Desta forma, as concorrentes têm prazo entre segunda-feira e o dia 22 de julho para entrar com recurso. A escolha oficial será divulgada no dia 28 de agosto.

As cidades contempladas não têm faculdade na área e não são capitais de Estado, medida que visa contribuir para a interiorização do ensino médico. Conforme a secretária de Saúde de Mauá, Célia Bortoletto, a medida vai ser mais efetiva a longo prazo. “Temos seis anos de curso para que esses alunos se tornem doutores. Porém, como eles vão atuar na área por meio de estágios na rede de Saúde do município, as pessoas vão começar a sentir a diferença logo. Estou feliz com a escolha da Uninove.”

O prédio onde as aulas serão ministradas não foi escolhido. Conforme o prefeito, o assunto também será abordado na reunião de segunda-feira. “O local é o de menos, o que me tranquiliza é a escolha da universidade. Isso trará autoestima à cidade e acredito que esse é o início da viabilização de outras especialidades, como nutrição, enfermagem e fisioterapia, por exemplo.”

A seleção das instituições foi realizada em três fases. Primeiro, foram escolhidas as que atendiam aos pré-requisitos relativos à questão financeira para ofertar o curso de Medicina. Do total de 216 inscritas, foram 115 habilitadas. Em seguida, foram considerados critérios como indicadores dos cursos da área de Saúde, oferta de graduação em Medicina, existência de residência médica e pós-graduação stricto sensu, entre outros. Nesta fase, foram 64 classificadas.

A fase final incluiu avaliação de especialistas, médicos professores de Medicina de universidades federais e integrantes da Comissão de Acompanhamento e Monitoramento de Escolas Médicas. Foram avaliados o projeto pedagógico, plano de infraestrutura da instituição, contrapartida à estrutura de serviços, ações e programas de Saúde do município, plano de implantação de residência médica e de oferta de bolsas para alunos.

A equipe do Diário tentou contato com a Uninove sem sucesso. O secretário de Educação de São Bernardo, Paulo Dias (PT), também foi procurado, mas afirmou que se pronunciaria na segunda-feira.

Faculdade das Américas não possui autorização do MEC

A Faculdade das Américas, localizada no bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, não tem autorização do MEC (Ministério da Educação) para oferecer o curso de Medicina na cidade. A entidade pode ministrar aulas da graduação somente no campus localizado na Rua Augusta, no Centro da Capital. No entanto, opera irregularmente no município desde o início deste ano.

O Diário denuncia a irregularidade desde o ano passado, quando foi feito o anúncio da chegada da instituição, em solenidade com a presença do prefeito Luiz Marinho (PT). O imóvel na Avenida Wallace Simonsen foi adaptado para receber até 100 alunos da graduação. A instituição alega que utiliza apenas a rede de Saúde da cidade para aulas práticas.

O problema pode ser denunciado às polícias Civil e Federal e ao Ministério Público, mas o MEC não tem poder para impor punições ou fechar a faculdade. Ninguém foi localizado para comentar o assunto. 




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