Filho do produtor e cineasta Zelito Viana e sobrinho de Chico Anysio, Palmeira tem uma carreira marcada pelo trânsito entre o cinema, a TV e o teatro. Atualmente, pode ser visto no filme Dom, de Moacyr Góes, o 27º longa de sua carreira. Também está em cartaz em Niterói (RJ), com a peça Mais Uma Vez Amor, ao lado de Guta Stresser, e chega à 13ª novela com um personagem que é pai de dois rapazes. "Isso mostra que estou amadurecendo como homem".
TV PRESS - Você acredita que o público percebe a diferença entre o Fernando ser um produtor e não um diretor do cinema?
MARCOS PALMEIRA - Gera confusão porque nenhum produtor é tão famoso como o Fernando Amorim. Meu pai falou que até acontece de alguém montar uma produtora no exterior para fazer documentários. Mas é difícil virar um Fernando Amorim, porque ele dá até autógrafo nas ruas. Um produtor realizador como ele, que vai ao set palpitar e mexe na estrutura do filme, não é comum no Brasil. Mostrar essa possibilidade com o personagem é interessante.
TV PRESS - O Fernando deu uma lição de moral na Maria Clara dizendo que ela não gostava de paparazzi mas chamava a imprensa para suas festas. Existe este jogo duplo no meio artístico?
PALMEIRA - Tem sim. Conheço atores, pessoas que reclamam dos fotógrafos, mas se não tiver sentem a maior falta. A novela fala deste tipo de vaidade. Soube de histórias assim e já desconfiei de sair com gente que fez isso.
TV PRESS - Você gostaria de fazer só cinema?
PALMEIRA - Gostaria de ser só um ator de cinema. Fazer dois filmes por ano, trabalhar oito meses, e ter quatro de folga.
TV PRESS - A sua cara de bom moço dificultou ter ganho mais vilões na carreira?
PALMEIRA - Acho que sim. As pessoas também têm dificuldade em me ver fazendo o mal. Na verdade, quando comecei era o malandro carioca. Fui rotulado após filmes como Dedé Mamata, Barrela, Um Trem Para as Estrelas. Depois comecei a viver caipiras e falaram que só sabia fazer este tipo de papel. Mas de repente me tornei o galã. Confesso que apesar de ter uma relação sempre boa com as mulheres, nunca achei que tivesse glamour nenhum.
TV PRESS - Você fez peças com ex-namoradas atrizes. Não teme ser tachado de oportunista?
PALMEIRA - Na peça com a Luana (Piovani), Mais Uma Vez Amor, que agora faço com a Guta Stresser, me apaixonei por ela ensaiando. Nunca tinha visto a Luana. Então não foi um projeto montado para ganhar dinheiro. A gente se apaixonou durante o espetáculo. Foi uma loucura, misturou tudo. A Luana é uma figura maravilhosa, mas bélica. Já a peça que fiz com a Ana Paula Arósio, Diário Secreto de Adão e Eva, teve mesmo um pouco de oportunismo. Até pela qualidade do próprio espetáculo.
TV PRESS - Onde acaba o público e começa o privado na vida de um ator?
PALMEIRA - Depois que se tem um reconhecimento público, é difícil não ser visto quando você vai para a rua. As pessoas têm curiosidade. Lidar com isso é difícil. É preciso preservar um lado de humildade, de reconhecer que o sucesso é da novela e você faz parte do conjunto. Creditar a você o sucesso é perigoso. A vaidade pode te pegar e virar uma armadilha. Já o privado é o que faço em casa. Não me sinto obrigado a dar opinião sobre tudo e só me exponho quando estou trabalhando.
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