Bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp, que pertence ao Facebook, por 72 horas, causou revolta entre usuários. Sem a ferramenta, moradores da região reclamam que precisam pagar para fazer ligações ou procurar alternativas para continuar se comunicando. É a segunda vez que a Justiça pede o bloqueio da ferramenta no País.

O serviço foi interrompido ontem, às 14h, por decisão do juiz Marcelo Maia Montalvão, de Sergipe. A Justiça determinou que as operadoras bloqueassem o aplicativo em todo o território nacional. Caso as empresas descumprissem o determinado, pagariam multa diária no valor de R$ 500 mil.

De acordo com o SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), a ordem ocorreu porque não foram fornecidas à Justiça mensagens relacionadas a uma investigação sobre tráfico de drogas. Esse mesmo motivo levou à prisão do vice-presidente do Facebook, Diego Dzodan, em março.

O aplicativo é utilizado para diversos objetivos. A técnica de laboratório Juciléia Maria Claro, 33 anos, por exemplo, costuma conversar com a família e com clientes. Sem o WhatsApp, precisa ligar para falar com as pessoas. “Fico revoltada com isso. É uma falta de respeito com a gente. Agora tenho que pagar caro quando ligar para um celular de outra operadora”, reclama.

Para continuar conversando, o jeito é achar outros aplicativos com função parecida. “Estou usando o Messenger (ferramenta de mensagens do Facebook), mas não é a mesma coisa”, conta a vendedora Ingrid Michelle, 25.

Alguns usuários afirmaram que conseguiram utilizar o serviço pelo wi-fi.

Em dezembro, a 1ª Vara Criminal de São Bernardo determinou que o WhatsApp ficasse fora do ar por 48 horas em todo o Brasil. Entretanto, naquele mesmo dia o desembargador Xavier de Souza, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu liminar para restabelecer o serviço. (com ABr)