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Polêmica sobre responsabilidade da tragédia cresce na Argentina
Da AFP
03/01/2005 | 15:49
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A Argentina enterrava nesta segunda-feira as vítimas do incêndio da discoteca Republica Cromagnon, enquanto aumentava a polêmica sobre a determinação das responsabilidades pela tragédia e o número de mortos, que chega a 183.

Uma menina de 11 anos é a nova vítima, informou nesta segunda-feira o diretor dos serviços médicos de emergência (SAME) de Buenos Aires, Julio Salinas. Um total de 266 pessoas ainda estavam hospitalizadas, sendo 139 em estado grave.

Quatro dias após a tragédia, as famílias puderam finalmente prestar uma última homenagem a seus próximos, depois das longas filas de espera diante dos necrotérios. De fato, a investigação exigia que cada corpo fosse submetido a uma autopsia.

Agora existe uma especulação sobre a responsabilidade pelo drama. De acordo com o jornal Clarín, o principal culpado seria uma criança de menos de dez anos que, montado nos ombros de um adulto, teria atirado o fogo de artifício que incendiou o teto falso da discoteca.

Uma nova manifestação estava prevista para o final da tarde desta segunda-feira para exigir justiça e pedir a demissão do prefeito de Buenos Aires, Aníbal Ibarra. No último domingo, duas mil pessoas foram às ruas para acusar o prefeito, apontado como um dos responsáveis pela tragédia.

O proprietário da boate, Omar Chaban, permanecia nesta segunda-feira detido em uma delegacia cuja localização é mantida em segredo. Chaban é considerado um dos principais culpados, já que estava no local, no momento do incêndio, e deixou duas mil pessoas se amontoarem em uma danceteria habilitada para receber somente 1.037.

Durante uma entrevista coletiva, Ibarra culpou Chaban pela tragédia. "Este homem, além de mandar bloquear a saída de emergência, modificou o lugar instalando um sistema para evitar que as ondas sonoras se espalhassem, sistema que não era à prova de fogo, depois de ter obtido o aval de funcionamento do Corpo de Bombeiros", acusou o prefeito da capital argentina.

Ibarra anunciou o fechamento de todas as discotecas da cidade por um período de 15 dias, para revisar as normas de segurança em vigor.

Por enquanto, a catástrofe somente provocou uma demissão: a de Juan Carlos López, o conselheiro municipal encarregado da Justiça e da Segurança Urbana. "A discoteca tinha uma saída de emergência. Se ela tivesse ficado aberta no momento do incêndio, lamentaríamos apenas alguns feridos, e não esta tragédia estúpida", frisou Ibarra.

Cerca de 60 pessoas foram enterradas no último domingo no cemitério de La Chacarita, o maior da capital argentina, e outras 30 no de Flores.



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