Durante sessão da Câmara ontem, os vereadores Marcelo Chehade (PSDB) e Paulinho Serra (PSD) encamparam bandeira na tentativa de derrubar o presidente do tucanato local, Ricardo Torres. O argumento principal é o desempenho insatisfatório alcançado nas urnas. Pela primeira vez desde a fundação, a sigla não conquistou cadeira na Câmara. O PSDB obteve 16,5 mil votos aos candidatos da legenda, nem mesmo atingindo os 5% dos válidos, suficientes para pedido de dissolução interna.

Com 3.886 votos, Chehade não se reelegeu. Afirmou que Torres representa figura que necessita ser trocada, considerando que todas as amarrações políticas durante o processo eleitoral se deram com interesse pessoal do dirigente, que projeta pleitear vaga na Assembleia Legislativa em 2014. "Foi sucessão de erros e desrespeito com os candidatos a vereador. A maior culpa desse desastre é a diretoria do partido", disse, lembrando dissidência em massa nos últimos dois anos de lideranças, com forte poder de voto.

Marcos Medeiros (DEM), Wilson Ponce (PTB), Airton Bíscaro (PTB) e Pedrinho Botaro (PTB) deixaram a sigla na gestão de Torres numa construção firmada pelo prefeito Aidan Ravin (PTB), hoje aliado do PSDB, para engrossar a chapa proporcional governista. Além disso, Cleide Bochixio (PSDB) renunciou à candidatura à Câmara para retornar à Secretaria de Educação.

Paulinho também saiu da sigla após ter seu projeto de candidatura ao Paço abortado pela direção. Com a saída do vereador para o PSD, outros 15 militantes pediram desfiliação do PSDB. A debandada resultou numa perda de aproximadamente 20 mil votos, o que garantiria ao menos uma cadeira.

Vice do candidato derrotado Raimundo Salles (PDT), Torres afirmou que respeita a postura do vereador tucano, mas discorda. Ele diz que a votação é importante, só que a coerência partidária sobressai, concluindo que o resultado é fruto de série de fatores. "Cada um acha culpado que quer e lhe convém. Todas as decisões foram de forma colegiada. Essas declarações são para criar ambiente."