Cultura & Lazer Titulo Concerto
Homenagem clássica
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
26/11/2011 | 07:03
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Denis Maciel/DGABC


Para homenagear o compositor José Antônio Rezende de Almeida Prado, morto em 21 de novembro do ano passado, a Orquestra Sinfônica andreense apresenta, hoje e amanhã, concerto em que se revela sua pluralidade artística. O colorido de suas composições entra, literalmente, em exposição, com complemento da mostra 'A Cor Sonora', que ocupará o Salão de Exposições do Paço de Santo André.

Para abrir a noite musical, 'Ore-Jacy Tatá (Nossas Estrelas) - Cartas Celestes nº 8, O Céu da Bandeira Brasileira'. A obra para violino e orquestra, das mais famosas de Almeida Prado, terá como solista Constança Almeida Prado, violinista filha do compositor e mulher do maestro Carlos Moreno.

Em seguida, Claude Debussy será executado com 'Petite Suite', obra de cerca de 13 minutos com quatro peças breves. Finalizando, a formação volta ao repertório brasileiro com a nacionalista 'Brasiliana', de Camargo Guarnieri.

'Debussy, para Moreno, é homenagem à escola francesa à qual Almeida Prado se inspirou nos tempos em que estudou no país. Guarnieri, que foi professor do compositor santista, entra em pauta pelos ensinamentos que deixou de legado. "O Guarnieri tinha conhecimento dos antigos mestres quanto às técnicas de composição e soube dar para o Almeida uma boa escola."

Essas influências, para o maestro, recaem em 'Cartas Celestes'. "É uma obra que passa para o público o som do universo, das estrelas. Ele era muito inspirado pela natureza, pelo céu. É um compositor brasileiro internacional. Em alguns momentos, se observa ritmos brasileiros, mas transpostos de forma erudita, universal."

A COR E O SOM
Além das peças sinfônicas de Almeida Prado, cerca de 70 aquarelas - pinçadas entre as 400 que ele pintou - compõem o retrospecto. "Meu pai era artista e músico em tempo integral. Para ele, a música era cor. Ele dizia: ‘Olha que música azul', ou então: ‘Esse acorde é vermelho", conta a filha Ana Luiza Almeida Prado Sawaia, organizadora da mostra.

Separada por temas, a exposição ilustra perfeitamente a maneira como o compositor enxergava música na cor e vice-versa. Há espaço dedicado aos temas que ele pintou inspirado por compositores, entre eles Vivaldi; série chamada 'Cromolúdios', em que as cores se fundem aos prelúdios; aquarelas dedicadas a temas ecológicos; e temas autorais compostos em música e pintura.

Fotos de momentos de sua vida, além de vídeos em que atuou como regente, e cartazes de suas apresentações, completam a mostra.

Para Ana Luiza, a busca do pintor e do músico, principalmente a partir dos anos 1990, condensou-se na busca pela beleza e pela harmonia captadas através da visão e da audição. "Ele teve período dissonante nos anos 1970, em que acompanhou a evolução dos contemporâneos, mas sua música, principalmente a partir dos anos 1990, ficou em temas tonais gostosos de se ouvir. Algo raro entre os músicos de hoje."

Orquestra Sinfônica de Santo André - Concerto. No Teatro Municipal de Santo André - Praça 4º Centenário. Tel.: 4433-0789. Hoje e amanhã, às 20h. Grátis.
A Cor Sonora - Exposição. No Salão de Exposições do Teatro Municipal de Santo André. Hoje e amanhã, das 12h às 17h e das 18h às 21h. Grátis.




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