"Vamos cuidar da açao administrativa e sair da picuinha política", avisou o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF) na manha de hoje. Num certo momento da reuniao, quando o impasse entre ACM e o presidente foi colocado em discussao, o próprio Arruda fez uma ressalva. "Na prática, ACM tem ajudado o governo", ponderou o senador tucano. Foi com esse entendimento que o grupo resolveu nao "valorizar o que a imprensa está dando destaque e cuidar das coisas que considera importante", segundo relato de Arruda.
A determinaçao de nao responder as críticas de ACM foi mantida no encontro que também contou com a presença dos líderes do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), e no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), além dos ministros Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral), Pedro Parente (Casa Civil), Andréa Matarazzo (Secretaria de Comunicaçao), José Carlos Dias (Justiça) e os assessores Moreira Franco e Vilmar Farias. Na reuniao, o presidente Fernando Henrique fez uma previsao positiva para a economia do país em 2000, lembrando que a inflaçao deverá mesmo ficar em 6%.
Segundo o ministro Pimenta da Veiga, a determinaçao do presidente para esse ano é intensificar suas viagens pelo Brasil. Como exemplo, Pimenta citou a excelente repercussao da passagem de Fernando Henrique em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, na semana passada, quando visitou cidades castigadas pelas chuvas. "O presidente vai se deslocar mais pelo país", disse Pimenta. "No episódio, o presidente demonstrou fazer um governo ágil e presente nas coisas importantes do país", reforçou Arruda. "É preciso acabar com aquelas solenidades mornas do Palácio do Planalto e ir para rua", completou o senador.
A idéia é visitar as obras do Brasil em Açao. Segundo um dos participantes do encontro, a decisao de sair de Brasília e percorrer o País é o resultado de avaliaçoes de pesquisas de que a popularidade do presidente Fernando Henrique Cardoso está muito baixa, apesar da sinalizaçao positiva da economia. "É preciso restabelecer os níveis de confiança e popularidade que o presidente já teve", revelou a fonte.
"Nao pode ser um presidente eleito, trancado no Planalto". A avaliaçao, é que no ano passado o presidente ficou preso na conduçao da crise econômica do país. Agora, com sinais positivos de crescimento, o presidente pretende começar de fato o seu segundo mandato. "No primeiro semestre de 1999 o governo viveu o seu momento mais crítico por causa da desvalorizaçao do real", recordou Pimenta da Veiga. "Como o País superou esse problema, nós poderemos agora planejar açoes positivas". Outra determinaçao do presidente foi que o governo nao irá participar das eleiçoes municipais em 2000. Fernando Henrique comunicou que nao irá subir no palanque de nenhum candidato.
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