A reunião de Cancun é uma versão regional do Fórum Econômico Mundial, que acontece todos os anos na cidade suíça de Davos e que discute os rumos da economia mundial globalizada.
Em novembro de 1999, a violência se espalhou pelas ruas de Seattle, chamando mais atenção do que a própria reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). Seu diretor-geral, Michael Moore, chamou os manifestantes de 'um punhado de comunistas nostálgicos', mas a revista americana "Newsweek" concluiu que, depois dos distúrbios, "o capitalismo ficou impopular".
As demonstrações se repetiram em Praga, por ocasião da reunião do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. E em Davos, em janeiro passado, os oponentes da globalização se fizeram presentes e emplacaram o lema "Crescimento sustentável e redução das desigualdades".
Para o encontro em Cancun, o diretor da Agenda Mundial de Davos, o ex-presidente da Costa Rica, José María Figueres, anunciou que “o tema da exclusão social dos grupos que ficaram de fora da globalização nos preocupa".
A agenda dos manifestantes contra o neoliberalismo, tipificado por drásticos cortes dos gastos sociais para evitar o déficit orçamentário dos governos, chegou assim às elites que dominam o mundo empresarial. "Depois de Davos, decidimos nos reunir com quem se opõe à globalização porque concordamos com eles: queremos uma melhor distribuição de renda", disse Figueres.
Sobre a corrente mundial que representa o rebelde zapatista subcomandante Marcos, que organizou debates internacionais contra o neoliberalismo e neste final de semana iniciou uma marcha para a capital mexicana com seu grupo, Figueres disse que o fórum "não está nem a favor nem contra nenhuma corrente. Somos uma plataforma para as distintas idéias".
O presidente mexicano Vicente Fox, que assistirá ao Fórum de Cancun, também fez um balanço crítico do processo de globalização: "A verdade é que não fizemos um bom trabalho". A crítica foi acolhida pelo próprio diretor gerencial do fórum, Clauss Smadja: "A globalização não está rendendo frutos".
O Fórum Econômico Mundial - fundado em 1971 pelo economista da Universidade de Genebra, Klaus Schwab, na estação alpina de Davos - conta agora com centenas de corporações mundiais, que convoca governos, civis e organismos mundiais a debater sobre os desafios mundiais.
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