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Marinho perde titular de Finanças
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
06/01/2015 | 07:00
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Mentor do aumento da alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços), aprovado no fim do ano pela Câmara, Alexandre Sobreira Cialdini pediu demissão da Secretaria de Finanças do governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). Sua saída foi publicada no Diário Oficial. A Pasta é administrada interinamente por Paulo José de Almeida, adjunto da área.

Cialdini chegou à gestão Marinho em novembro de 2013, após passagem pela Secretaria de Finanças de Fortaleza, no Ceará. Ele foi contratado para o lugar de Jorge Alano Silveira Garagorry, que tinha pedido demissão em agosto daquele ano.

Segundo comentários no Paço, dois fatores motivaram a queda de Cialdini: desgaste durante a votação de pacote tributário que envolveria aumento de ISS e reajuste acima da inflação da taxa da luz e convite do governador eleito Camilo Santana (PT), do Ceará, para ficar como secretário de Finanças do Estado.

Cialdini tem carreira política construída no Ceará – foi secretário de Finanças da ex-prefeita fortalezense Luizianne Lins (PT). À ocasião, foi multado pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) por contratos firmados sem licitação. A punição alcançou R$ 27.666, enquadrada em crime de improbidade administrativa.

Como secretário de Finanças de São Bernardo, teve de lidar com queda na arrecadação no ano passado. Para amenizar o deficit, projetou, ao lado da secretária de Orçamento e Planejamento Participativo, a primeira-dama Nilza de Oliveira (PT), pacote de acréscimos tributários.

O principal dele foi o reajuste para até 5% na alíquota do ISS. O projeto causou desconforto na base governista, principalmente porque o texto não havia sido previamente debatido com os vereadores e porque havia pressão do governo Marinho para que o artigo fosse ratificado pela Câmara antes do fim do ano.

“Informamos que o secretário Alexandre Cialdini pediu exoneração por motivos pessoais”, informou a Prefeitura de São Bernardo, por meio de nota. A administração não projetou quem será o substituto.

POLÊMICAS
Antes de Cialdini, Jorge Alano era quem ocupava a Pasta, mas sempre com olhar desconfiado de petistas. Em 2005, ele foi um dos intelectuais a defender investigação rígida do escândalo do Mensalão ainda durante governo de Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho político de Marinho. O documento sugeria, inclusive, processo de impeachment do ex-presidente, que não foi arrolado como réu no julgamento do caso no STF (Supremo Tribunal Federal).

Jorge Alano pediu exoneração da Prefeitura de São Bernardo em agosto de 2013 alegando querer seguir carreira acadêmica.




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