``Israel nao tem motivos para nao aplicar os tratados (sobre a aplicaçao do memorando de Wye Plantation, concluídos este domingo no balneário egípcio)', declarou Ephraim Sneh, vice-ministro da Defesa.
Ele elogiou os esforços realizados pela Autoridade Palestina de Yasser Arafat, aos quais qualificou de ``sinceros, sérios e relativamente eficazes para impedir os ataques terroristas'.
Na véspera, após as explosoes de Tiberíades e Haifa, Sneh manifestou sua oposiçao a interromper o processo de paz por causa da violência, porque suporia ``acompanhar o jogo dos terroristas', outorgando-lhes uma espécie do direito a veto.
Nesta oportunidade, provavelmente a identidade dos terroristas facilitou a postura do governo de Barak.
Os três autores dos atentados - mortos quando as cargas explodiram antes do previsto - eram árabes israelenses procedentes do norte de Israel, segundo fontes palestinos.
A polícia israelense se recusa a fazer comentários, já que um tribunal israelense decretou sigílo na investigaçao.
Após o duplo atentado, comentou-se que o fundamental para Barak era verificar a identidade dos terroristas ``se viessem dos territórios palestinos para depois agir em conseqüência'.
Arafat telefonou a ele pouco depois das explosoes para condená-las, qualificando-as de ``atividades destrutivas a combater'.
Portanto, o governo israelense aplicaria nos próximos dias a primeira medida disposta pelo acordo, que consiste na liberaçao de um primeiro grupo de 200 presos palestinos detidos por atividades contra o Estado hebreu.
O líder do Likud (oposiçao da direita israelense), Ariel Sharon, fez um apelo a Barak para que nao liberte os prisioneiros'.
``Sejam quais forem os autores (dos atentados)', disse.
``Estao inspirados na propaganda antiisraelense publicada na imprensa e na rádio palestinas', afirmou.
Além deste atentado, existiriam supostamente projetos terroristas por parte do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica, a mais radicais das formaçoes contrárias ao diálogo com os israelenses), segundo Tayeb Abdel Rajim, ligado a Arafat.
A imprensa israelense, como no caso do jornal Ma'ariv, constatou esta segunda-feira em suas páginas a relativa facilidade existente para mobilizar um carro-bomba pelo centro de uma cidade apesar das medidas de segurança mobilizadas pelas polícias israelense e palestina.
Resta ainda verificar a reaçao da populaçao israelense caso os atentados se multipliquem, como advertiu este domingo Gilad Sher, um dos negociadores israelenses.
Esta foi a causa que provocou em 1996 a queda do governo trabalhista de Shimon Peres e um bloqueio de três anos do processo de paz.
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