O ex-deputado federal e candidato a prefeito pelo PTB de Santo André Duílio Pisaneschi também é contra o financiamento público. “Eu acho que a reforma tem que acontecer, mas precisamos acertar os problemas sociais antes de tirar dinheiro público para campanhas políticas. Além disso, se esse ponto não for bem discutido e analisado, os abusos vão continuar”, destacou o deputado.
A reforma política será feita por projeto de lei. No início de dezembro do ano passado, os deputados da comissão especial que analisa as mudanças aprovaram o projeto do deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO) e transferiram o debate para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). “Muita gente fica rica com sobra de campanha, acho que este projeto não tem fundamento”, reiterou Tião, destacando ainda que a reforma não deve ser analisada em 2004. “Este ano tem eleição, não terá espaço na agenda para a discussão de um projeto que precisa ser detalhado com calma”, afirmou.
Recursos – Segundo o projeto, nos anos em que houver eleições, o Orçamento Geral da União deverá reservar recursos para financiar as campanhas. Para cada eleitor cadastrado no Brasil até 31 de dezembro do ano anterior ao pleito, o Orçamento terá que reservar R$ 7 dos recursos públicos.
O presidente do PSB de São Caetano Alessandro Leone também não vê com bons olhos a reforma. “Eles estão agindo de acordo com as necessidades atuais, não futuras.” Segundo Leone, o financiamento público vai facilitar para partidos menores, mas não vai servir para nada. “Só vai agravar a crise administrativa”, ressaltou.
O projeto ainda institui o voto de legenda em listas partidárias, o fim das coligações proporcionais e a criação das federações partidárias. A lista pré-ordenada de candidatos por partido nas eleições proporcionais é uma novidade no Brasil. Se aprovada, a partir de 2006, o eleitor não poderá mais votar num candidato específico para o cargo de deputado estadual ou federal.
Será preciso votar numa lista elaborada pelo seu partido, que definirá a ordem dos eleitos para as Assembléias Legislativas e para a Câmara dos Deputados. Para o presidente do PSB de São Caetano, as listas fortalecem os partidos, mas desestimulam os políticos. “Não sou a favor disso”, frisou.
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