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Presidente peruano volta a defender a pena de morte
Da AFP
20/01/2007 | 17:10
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O presidente do Peru, Alan García, voltou a defender neste sábado uma proposta de pena de morte para os terroristas e estupradores de menores, apesar da mesma medida ter sido rejeitada pelo Congresso Nacional do país.

"Eu não terei um tremor na mão para aplicar a máxima punição aos violadores", disse diante de dois mil manifestantes no Palácio de Governo. "Não posso silenciar nem ocultar o que o povo quer, não podemos continuar com terroristas e violadores, é preciso colocar um ponto final nisto", acrescentou.

O governante defendeu a realização de um referendo e disse que a imensa maioria dos peruanos não deseja vingança, e sim justiça, para as vítimas e os pobres. Ele ainda lamentou a decisão da CIDH (Corte Interamericana de Drieitos Humanos) que determina que o Peru indenize as famílias de detentos da guerrilha maoísta Sendero Luminoso assassinados em uma penitenciária em 1992. "Compartilho e compreendo a revolta que existe em dezenas de milhares de lares do país ao ver como uma decisão equivocada voltou a abrir antigas e terríveis feridas", assinalou.

Há uma semana, García anunciou a proposta de uma consulta para aplicar a pena de morte a pedófilos que assassinam suas vítimas. O presidente deseja modificar o artigo 140 da Constituição, incorporando para o caso da pena de morte a violação de crianças menores de sete anos seguida de morte.

No caso de pena de morte para os terroristas, disse que o artigo 140 destaca que a pena de morte só pode ser aplicada pelo crime de traição à pátria em caso de guerra e de terrorismo, "o que significa que já existe juridicamente a pena de morte no país".

A proposta foi rejeitada pelos juristas peruanos que destacam que não se pode convocar uma consulta popular sobre estes temas por ser inconstitucional.

García, após anunciar que criará um dia para recordar as vítimas do terrorismo, como um ato de Justiça do Estado com aqueles que perderam suas vidas em defesa da democracia, se comprometeu ante os manifestantes em lutar pela adoção da pena capital.

No entanto, a imprensa destaca que a mobilização não foi espontânea, mas promovida pelo governo por meio do Partido Aprista, que alugou ônibus para levar moradores dos bairros pobres ao centro de Lima, local que marcou o início da manifestação. Além disso, alguns manifestantes confessaram que receberam promessas de trabalho para participar na passeata a favor do referendo.



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