Mesmo diante de tanta informação, a população mais jovem parece não se atentar à prevenção da Aids, cujo dia de combate é celebrado hoje. Informações do DataSUS (banco de dados do Ministério da Saúde) mostram que, no Grande ABC, das 87 internações registradas de janeiro a setembro deste ano por doenças oportunistas relacionadas ao vírus HIV, causador da síndrome, 48 são pessoas com idade entre 15 e 39 anos. Isso representa 55,2% dos casos em comparação aos pacientes de 40 a 69 anos (42,5%).

Mesmo após a contaminação pelo vírus, a Aids não se desenvolve imediatamente. O tempo para que a pessoa comece a ter os sintomas varia, podendo chegar a alguns anos. No entanto, atualmente, não há mais distinção entre grupo de risco. “Quando o paciente é portador de HIV, independentemente de sintoma, já tem indicação para iniciar o tratamento, pois, quanto mais precocemente for medicado, melhor”, explica o médico infectologista do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama, de Santo André, Munir Akar Ayub. 

Para o especialista, embora haja muitos canais de informação, a qualidade do que é transmitido “não é muito boa”, e deve ser melhor enfatizada para a juventude. “Todos sabem para que serve o preservativo, mas poucos utilizam.” 

 A iniciação sexual cada vez mais precoce é outro fator que contribui para a alta das estatísticas. “A promiscuidade é maior do que no passado.”

O crescimento também é reflexo do pensamento da geração atual, que cresceu acreditando que a Aids não mata. Com a evolução do tratamento com anti-retrovirais, que melhorou muito as condições de vida dos infectados, as pessoas deixaram de se preocupar. “Hoje os pacientes vivem por longo tempo e muitas pessoas conhecem portadores da doença que têm uma vida normal. Então, aquele receio que havia no passado se perdeu.”

Na região, ao comparar o primeiro semestre de 2013 com o mesmo período de 2014, constata-se o aumento de casos de Aids que chegam às redes municipais de Saúde. Em Diadema, de janeiro a junho do ano passado, foram registrados 36 casos da doença; neste ano subiu para 49. Em Ribeirão Pires, passou de 16 para 19. As demais prefeituras não informaram os dados. 

O infectologista ressalta que a Aids e demais doenças sexualmente transmissíveis devem deixar de ser tabu nas conversas em família. “É preciso mostrar a gravidade do problema e falar aos filhos a partir dos 10, 11 anos. Fazer isso não significa influenciar a iniciação sexual, isso vai acontecer independentemente de os pais quererem ou não. O importante é fazer a prevenção.”

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Em Ribeirão Pires, no mesmo período, as atividades acontecerão no Serviço de Atenção Especializada, localizado na Avenida Francisco Monteiro, 205, Centro, das 7h às 18h. Em São Caetano, a ação será realizada até quinta-feira, das 9h às 16h, no Cepadi (Centro Municipal de Prevenção e Assistência às Doenças Infectocontagiosas), na Avenida Dr. Rodrigues Alves, 93, bairro Fundação. Na quinta-feira haverá testagem, das 8h às 16h, no Centro Policlínico Gentil Rstom, no bairro Nova Gerty e nas UBSs Dolores Massei, no bairro São José; Darcy Sarmanho Vargas, no bairro Mauá; e Amélia Richard Locatelli, no Santa Maria.