A exemplo do que aconteceu em 2002, os três asilos, que oferecem atendimento gratuito, alcançaram nível de excelência em todos os itens avaliados pela fiscalização: estrutura profissional (médico, enfermeiro, nutricionista), estrutura física (cozinha, dormitório ventilado, sanitários adaptados e área para sol), atividades de lazer, higiene e limpeza.

Santo André conta atualmente com 23 casas de repouso para idosos (confira ao lado). A gerente da Vigilância Epidemiológica e Sanitária, Sonia Oliveira Barbosa, pede para as pessoas que têm idosos internados em asilos para conferir se o local consta na relação. “Caso não estiver relacionado, trata-se de local clandestino. A denúncia pode ser feita anonimamente pelo telefone 0800-191944.”

A fiscalização da Vigilância Sanitária fechou dois asilos: Hospedagem Utinga e Casa de Repouso de Vila Palmares. Um terceiro, Raio de Luz, também ia ser interditado, mas teve suas atividades interrompidas espontaneamente pelos proprietários.

A encarregada de Vigilância Sanitária, Vera Lúcia da Silva Franco, lembra que a fiscalização verificou até falta de alimentos na Hospedagem Utinga. “Eram 11h. Pouco antes do almoço e a casa de repouso só tinha um pouco de arroz e feijão na despensa. Não havia alimentos suficientes para os 16 idosos que estavam internados.”

Limpeza – O Diário visitou de surpresa a Instituição Assistencial Caminho de Ananias, uma das três melhores. Era final de tarde e chamava atenção a limpeza da instituição. Corredores, salas, dormitórios tinham o chão muito limpo. As idosas haviam tomado banho e estavam perfumadas. A maioria das internas está inválida. A casa só atende mulheres.

A exemplo de outras casas filantrópicas, o Caminho de Ananias vive de doações e de trabalho voluntário. A encarregada da instituição, Francine Tesser, disse que apenas 28 leitos, dos 48 existentes, estão ocupados. “Nós recebemos R$ 12,8 mil da Prefeitura e conseguimos o restante da verba graças a eventos que realizamos.” A casa de repouso precisaria garantir R$ 50 mil mensais para preencher as 48 vagas.

O principal problema dos asilos filantrópicos é a falta de vagas. É preciso preencher uma ficha e aguardar a vaga. “Tem muita gente esperando”, afirmou Francine.