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Passeio entre túmulos

Prefeitura de São Paulo deve lançar visitas noturnas ao Cemitério da Consolação

Rodrigo Mozelli
29/10/2015 | 07:00
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Divulgação


 Passeio noturno agradável para uns, exótico para outros. Grandes monumentos, verdadeiras obras-primas do ser humano, mas que servem de morada para quem já não tem mais vida. Achou estranho? Então, é melhor repensar, pois, em breve, a prefeitura de São Paulo deve começar a oferecer tour noturno pelo Cemitério da Consolação (Rua da Consolação, 1.660), famoso por importantes personalidades estarem lá enterradas e pelos belos monumentos que jazem no local, além de ser um dos mais antigos do município.

Na inauguração da visita, aberta somente à imprensa e convidados, quarteto de atrizes conduziu o passeio de forma descontraída travestidas de coveiros. Fizeram parte do roteiro 17 túmulos, como os de Tarsila do Amaral, Mario e Oswald de Andrade, Marquesa de Santos, Monteiro Lobato e o mausoléu da família Matarazzo, considerado o maior da América Latina.

A cada túmulo visitado, as personagens explicaram quem foi e o que fez tal personalidade. Muitos dos túmulos foram construídos por grandes artistas em homenagem ao falecido, gerando belas esculturas e transformando o cemitério em verdadeiro museu. Ele já era aberto a visitas guiadas de dia, mas, de fato, conhecer tal local à noite é completamente diferente. Como a iluminação é precária, guias andam com lanternas para ajudar a ver por onde se pisa. Se quem visitar tem medo de assombrações, este é ótimo passeio a ser feito. Mas, não há com o que se preocupar. Os únicos sustos são provocados pelas baratas que, segundo Francivaldo Almeida Gomes, 49 anos, o ‘Popó’, coveiro e guia do local, só aparecem à noite. Mesmo assim, é bom se preparar, pois são muitas delas andando pelo chão e por todos os outros lugares.

Voltando aos túmulos, três chamam a atenção por conta de quem abrigam. O primeiro é de Maria Judith de Barros, moça simples que sofreu muito nas mãos do marido e que teria sido a causa de sua morte. Muitos visitam seu túmulo, que está cheio de plaquinhas e velas em agradecimento às graças concedidas. Outros que também recebem carinho das pessoas são a Dona Yayá e Antoninho, garoto que morreu jovem, mas que se acreditava ter poderes de cura.

Se interessou pelo passeio? Ele entra em fase experimental a partir de novembro e só pode ser reservado por guias turísticos e agências cadastradas na SPTuris, quinzenalmente das 19h às 21h. Caso os testes tenham êxito, a visita será liberada ao público em fevereiro de 2016. Apesar da estreia ter sido com atrizes, as demais visitações serão conduzidas por guias. Outra forma eficiente de se conhecer mais sobre os túmulos e obras do Cemitério da Consolação é por meio de QR Codes instalados em alguns deles. Para ler este tipo de código, basta baixar aplicativo leitor de QR Code no smartphone e apontar a câmera para ele.

Mais sobre o assunto pode ser lido no especial sobre Turismo Cemiterial, que foi publicado neste mesmo caderno em 13 de agosto de 2015 e está disponível no www.dgabc.com.br.




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