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Queda marca decadência do futebol regional
Thiago Bassan
30/09/2014 | 07:34
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Do paraíso ao ostracismo. A história do São Caetano nos últimos anos foi marcada pelos dois extremos que o futebol costuma aplicar às equipes de médio porte que conseguem sucesso imediato, mas depois não permanecem nas divisões principais do futebol brasileiro. E representa também a decadência do futebol do Grande ABC no âmbito nacional. O time segue o caminho do rival Santo André, que foi campeão da Copa do Brasil de 2004, disputou a Série A do Brasileiro em 2009 e depois de sucessivos rebaixamentos, desapareceu de vez do cenário do esporte no País.

Vale lembrar que os demais representantes da região não disputam competição promovida pela CBF, exceção ao São Bernardo, que esteve nas duas últimas edições da Copa do Brasil, além de se manter na elite do futebol estadual.

A fase atual do Azulão pode ser considerada um vexame sem precendentes, se comparada a trajetória de sucesso do clube, iniciada no primeiro semestre de 2000, quando conquistou o acesso para a Série A-1 do Campeonato Paulista, diante do Jundiaí, com um time composto por diversos craques, no qual destacavam-se o atacante Túlio Maravilha e o meia Adãozinho, entre outros.

Mas foi no segundo semestre, após eliminar Palmeiras, Fluminense e Grêmio na Copa Havelange, que equivaleu à divisão principal do Brasileiro, que o time passou a ser conhecido no restante do País. O Azulão de Adhemar, que calou o Palestra Itália e o Maracanã, virou febre, viu sua torcida crescer gradativamente e só não chegou ao título nacional por causa de decisão da CBF até hoje contestada por muitos.

O time havia empatado o primeiro jogo com o Vasco por 1 a 1, em São Paulo, e no segundo, em São Januário, mostrava superioridade quando parte do alambrado caiu, pessoas se feriram e o duelo foi adiado para o ano seguinte. Já sem seus principais atletas, vendidos, o Azulão voltou a campo, mas foi derrotado e ficou com o vice.

Em 2001, outra campanha arrasadora. A equipe comandada por Jair Picerni chegou novamente à decisão do Campeonato Brasileiro. A sensação do futebol nacional teria pela frente o Atlético-PR na final. Mas as derrotas por 4 a 2 no Paraná e 1 a 0 no Anacleto Campanella adiaram o sonho do título.

O salto mais alto do São Caetano, em termos internacionais, aconteceu em 2002, quando a equipe eliminou rivais tradicionais do futebol sul-americano, e chegou à decisão da Copa Libertadores da América. O título estava nas mãos, após vencer o Olimpia na primeira partida da final, no Paraguai. Mas a derrota por 2 a 1 no tempo normal, e depois nos pênaltis, no Estádio do Pacaembu, fizeram com que a chance escapasse entre os dedos.

Dois anos depois, a maior conquista de expressão da história do clube. Com campanha incontestável, o Azulão deixou os tradicionais rivais para trás e conquistou o Paulistão. Depois de eliminar São Paulo e Santos nas fases anteriores, o time bateu o Paulista de Jundiaí no Pacaembu e levantou a taça.

A última vez em que o São Caetano definitivamente colocou o sorriso no rosto de seus torcedores foi em 2007. Novamente com campanha surpreendente, a equipe superou adversários tradicionais e chegou novamente à final do Estadual. Mas, desta vez, o Santos acabou campeão.

Nos anos seguintes, o clube foi atingido por sucessivos descensos. O time já havia sido rebaixado na Série A do Brasileiro em 2006, mas repetiu a dose nas trágicas campanhas de 2013, quando caiu da Série A-1 para a A-2 do Paulista, e da Série B para a C do Brasileiro. Agora, com a queda para a última divisão do futebol nacional, o clube corre o risco de, literalmente, sumir do mapa.

 

 

 




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