Envolto à oficialização da saída do presidente do DEM de Santo André, Raimundo Salles, rumo ao PDT, a bancada do partido mostra alívio com o desligamento do ex-líder e requer que haja eleição para eleger a nova comissão executiva, demonstrando contrariedade com a determinação, sem debate interno, de colocar o ex-vereador tucano Marcos Medeiros na presidência.

Segundo o vereador Toninho de Jesus (DEM), nome de Medeiros não foi efetivado na executiva. "Imposição não dá, complica a situação. Ele era de outro partido (PSDB). Temos de analisar esse quesito com os filiados, fazer pente-fino para tomar a decisão."

O correligionário Evilázio Santana, o Bahia, afirma que Medeiros está só como tampão no cargo. "Dentro de 15 dias esperamos que haja convocação para eleger comissão. Pelo que conversamos, nem ele quer (a presidência), pois quer focar retorno ao Legislativo."

Para evitar declínio eleitoral, o grupo busca ajuda do dirigente estadual da legenda, Jorge Mudalen. "Temos audiência com o Mudalen na quinta-feira. Na semana seguinte (ao encontro), ele virá para cá mostrar definição. Além disso, buscamos conversa com o Rodrigo Garcia (secretário estadual de Desenvolvimento Social) para nos amparar no processo de filiação", comentou Bahia, ressaltando costura para trazer nomes como de Airton Bíscaro, Hélcio Nossa e Osvaldo Moura à legenda.

Bahia garante que filiados estão mais aliviados, pois agora terão autonomia. "Não estamos mortos e podemos surpreender." Toninho alegou que, com Salles, a desunião predominava. "Vamos juntar os cacos e formar grupo forte. Sem o partido nas mãos era difícil fazer parcerias. Existia entrave em razão de ele não ter boa relação com o prefeito Aidan (Ravin, PTB)."

O vereador Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho (DEM), por sua vez, argumenta que está complicado de ficar na sigla, devido à discordância com os componentes da bancada. "Nosso advogado está analisando possibilidade de eu sair. Estudo ser candidato pelo PSD, porque o ideal da bancada é diferente do meu."