A inflação ficará acima da meta em 2011 por causa dos alimentos, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele negou que a alta dos preços observada nos últimos meses seja reflexo de problemas estruturais da economia brasileira.

O ministro fez as declarações após participar da primeira reunião ministerial convocada pela presidente Dilma Rousseff. De acordo com ele, a alta dos alimentos afeta não apenas o Brasil, mas todos os países produtores de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação no mercado internacional).

"Não é uma inflação estrutural decorrente da incapacidade de o país produzir o que é consumido, mas de um fator externo que é a alta dos alimentos", afirmou o ministro. Mantega, os preços estão sendo pressionados por fatores internacionais e pelas chuvas de janeiro, que afetam as lavouras.

O encarecimento dos alimentos foi o fator que fez o Ministério da Fazenda estimar inflação de 5% em 2011 pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acima do centro da meta de 4,5% definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

Para ele, o aquecimento da economia, que cresceu 7,5% no ano passado, tem impacto sobre os preços de serviços, mas o problema é localizado.

Apesar das pressões inflacionárias, Mantega afirmou que o Brasil não corre o risco de passar do o teto da meta de inflação, que é de 6,5%. "Cumprimos a meta em 2010. A inflação no ano passado foi de 5,9% e será menor neste ano. A desaceleração não é imediata, mas o Banco Central está aí para atuar se necessário (para garantir o cumprimento da meta)", declarou.