O presidente da Câmara de São Bernardo, Otávio Manente (PPS), comanda hoje a última sessão ordinária do ano, após se recuperar de problemas cardíacos. A volta do popular-socialista ocorre num momento importante, pois haverá votação de projetos de peso, como autorização para a Prefeitura tomar empréstimos de R$ 323,5 milhões junto à Caixa Econômica Federal, e a eleição da mesa diretora, que comandará a Casa no biênio 2011-2012.

A participação de Manente na plenária, inclusive, é decisiva para a formação da chapa governista que concorrerá à liderança do Legislativo. Hoje na presidência, o PPS pode ficar fora da mesa.

Segundo informações de bastidores, a formação da base de sustentação do prefeito Luiz Marinho seria formada pelo PT na presidência e vice (Tião Mateus e Matias Fiúza), além de DEM e PSB (que está rachado, com dois parlamentares na situação e três na oposição) na 1ª e 2ª secretarias, respectivamente.

O vereador do PPS Marcelo Lima, inclusive, chegou a declarar que o chefe do Executivo teria garantido vaga ao partido no grupo e, por causa do não cumprimento do acordo, a legenda não pretendia mais participar da chapa.

Dias depois, Marinho pôs panos quentes na relação com o PPS ao afirmar que gostaria que a sigla permanecesse na mesa diretora, mas que essa possibilidade teria de ser construída pelos próprios vereadores.

Como em toda eleição, tudo pode acontecer. Principalmente porque também ventila-se nos bastidores manobra da oposição para atrair os popular-socialistas e outros dois governistas, que estariam descontentes com a composição montada pela situação.

Assim, os atuais oito parlamentares contrários à gestão petista poderiam chegar a 12 votos e desbancar o grupo do governo na disputa pelo comando da Câmara. Por ser uma possibilidade remota, os oposicionistas - que negam a estratégia - teriam diminuído o ímpeto para viabilizar a intenção.

Caso a pretensão fosse colocada em prática, a chapa seria encabeçada por Hiroyuki Minami (PSDB), que ontem se despediu de vereadores e funcionários do Legislativo com o pretexto de que viajaria. A atitude gerou desconfiança, pois foi interpretada por algumas pessoas como parte do plano para alcançar a presidência.

 "Podemos até pensar nisso na hora, mas será que pode realmente acontecer? Não vejo a possibilidade de algum vereador aliado do governo votar com a gente", observou Antônio Cabrera (PSB), ao rechaçar a estratégia. "Sou a favor de termos candidato próprio nem que seja para marcar posição", salientou o socialista da oposição.

A sessão começa às 9h e a previsão é de que continue até o fim da tarde.