Economia Titulo No trabalho
Redes sociais devem ter uso regrado

Funcionário pode ser demitido por justa causa se usar de forma incorreta ferramentas on-line no horário de trabalho

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
27/09/2010 | 07:41
Compartilhar notícia


Saber utilizar a internet e suas ferramentas no mundo corporativo requer disciplina e treinamento, uma vez que, as chamadas redes sociais (como Orkut, Facebook, Twitter, Linked In) provaram ser mais de que um modismo.

Sólon Cunha, advogado, mestre e doutor em Direito trabalhista, acredita que é tarefa do departamento de RH (Recursos Humanos) orientar e treinar funcionários, no momento da contratação, sobre o uso da internet. "Mostrar a divisão entre uso corporativo e o pessoal ajuda o colaborador a dosar o limite ao utilizar as ferramentas."

Uma das grandes preocupações é quanto aos cuidados éticos. Utilizar o e-mail corporativo para questões pessoais, falar em nome da empresa por meio das redes ou utilizar sua marca precisam ser evitados, já que as informações lançadas são, totalmente, replicadas. "Tirar da web o que já foi postado é praticamente impossível", afirma. A situação pode implicar, inclusive, na demissão do trabalhador por justa causa.

Outro ponto a ser pensado é quando o colaborador troca o trabalho para atualizar suas páginas nas redes sociais - como ficar twitando o dia todo ou lendo e-mails pessoais. "Quando a empresa libera as páginas da web para o funcionário navegar livremente, é preciso ter o bom senso. Isso não pode atrapalhar o desempenho do colaborador", adverte o advogado.

Para ele, a empresa que determina a liberação da internet aos empregados tende a investir nos mecanismos de proteção da rede, contra vírus, por exemplo.

Quando bem utilizada, a internet - redes sociais - ajuda, e muito, a empresa a conquistar seus objetivos e expor seus produtos. A web acaba servindo como vitrine para os internautas. Além disso, as informações, quase que em horário real, ajudam na atualização das pessoas. "Hoje há o analista de redes sociais. É o novo cargo para quem utiliza as redes a fim de divulgar a empresa. Mas tudo isso é feito com muito cuidado", conta Cunha.

Por fim, segundo o advogado trabalhista, os cuidados auxiliam a companhia a se preservar em caso de demanda judicial e a manter um clima organizacional saudável. "O avanço tecnológico está revolucionando as relações com os consumidores e com a força de trabalho", diz Cunha.

"Simplesmente fazer parar esta roda, não é viável e nem indicado, mas cuidados devem ser tomados. Governança e transparência devem abranger as políticas de RH de forma a conquistar a adesão dos colaboradores em um mundo com redes sociais."

Interesses pessoais são colocados à frente da segurança
A maioria dos funcionários tem uma postura imprudente quando se trata da segurança geral da empresa, bisbilhotando redes sociais durante o trabalho e até contornando as medidas de segurança para acessar sites restritos. Esta foi a conclusão da pesquisa da Trend Micro, multinacional especializada em segurança virtual, realizada este ano com colaboradores de empresas pequenas, médias e grandes.

O estudo com 1.600 usuários finais feito nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão revelou que as práticas e atitudes de risco são rotineiras, independentemente do país. Por exemplo, em relação às informações corporativas confidenciais, quase 50% dos entrevistados admitiram ter divulgado dados internos por meio de e-mail inseguro.

Os funcionários remotos são mais abusados do que seus colegas com desktops. Em todos os países, 60% deles admitiram ter enviado informações confidenciais da empresa por mensagens instantâneas, webmail ou aplicações de mídia social, contra 44% dos funcionários que atuam internamente. No Japão, esse número salta para 78% entre os funcionários remotos.

Nos Estados Unidos, os usuários finais com laptops são muito mais propensos a realizar atividades não relacionadas com trabalho quando estão na rede da empresa do que os usuários com desktop: 74% disseram que verificam e-mail pessoal (contra 58% dos usuários de desktops); 58% disseram que navegam em sites não relacionados ao trabalho (contra 45% dos usuários de desktop).

Preocupações - Quando questionados a respeito das preocupações e medos que as ameaças web podem gerar, os usuários finais elencam razões pessoais em detrimento das corporativas. A violação da privacidade pessoal, o roubo de identidade ou a perda de informação pessoal são as principais preocupações. Perda de informação corporativa e dano à reputação da empresa são as últimas preocupações.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;