Internacional Titulo Moratória
Diálogo israelense-palestino está por um fio
Da AFP
25/09/2010 | 14:57
Compartilhar notícia


Uma intensa atividade diplomática fervilhava, este sábado, na tentativa de se chegar a um acordo entre israelenses e palestinos a poucas horas do fim da moratória sobre a colonização judaica na Cisjordânia, que pode acabar com o frágil diálogo de paz retomado recentemente pelas duas partes.

Os Estados Unidos exercem fortes pressões sobre o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, para que "façam todos os esforços possíveis" para impedir que as negociações sejam interrompidas.

Abbas e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, têm previsto um novo encontro, este sábado, em Nova York, após entrevista na noite de sexta-feira que não resultou em nada novo.

"As conversações são, verdadeiramente, intensas neste momento", disse Jeff Feltman, vice-secretário de Estado americano para o Oriente Médio.

Netanyahu pediu, por sua vez, ao seu ministro da Defesa, Ehud Barak, um moderado no governo de direita, para estender sua visita a Nova York para participar dos esforços por um compromisso.

Para salvar as negociações de paz, a comunidade internacional, começando pelo presidente americano, Barack Obama, pediu a Netanyahu que prolongue a moratória sobre a construção nas colônias judaicas da Cisjordânia decretada há dez meses e que se encerra este domingo.

Paralelamente, os americanos pediram aos palestinos que "não utilizem a ameaça de abandonar" as negociações.

Washington propôs um prolongamento da moratória de três meses, tempo para se chegar a um acordo sobre as fronteiras, fórmula apoiada pelos negociadores palestinos, segundo fontes palestinas.

Israel, por meio de um alto funcionário governamental, anunciou na sexta-feira que estava "disposto a chegar a um compromisso aceito por todas as partes", ao mesmo tempo em que destacou que "não poderia fazer zero construções" nas colônias.

Submetido às pressões dos ultranacionalistas de sua coalizão governamental e do lobby dos colonos, Netanyahu excluiu praticamente prorrogar a moratória além da data prevista.

Em Nova York, Abbas anunciou que não se contentará com uma "solução parcial" ou com um compromisso que não garanta um "cessar total" da colonização.

"É preciso manter o congelamento total da colonização nos territórios palestinos, inclusive em Jerusalém. Nós negamos qualquer solução parcial", disse à AFP seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina.

"As soluções parciais não criam um clima adequado à manutenção das negociações", avisou.

O chefe da Autoridade Palestina recebeu o apoio da Liga Árabe, para a qual a prorrogação da moratória é "uma obrigação".

"Se (os israelenses) continuarem erodindo a integridade territorial da terra palestina, mudando a composição demográfica deste território e seu caráter geográfico, por que perderemos o nosso tempo?", questionou o secretário-geral da Liga, Amr Musa, em alusão às colônias.

Os colonos judeus da Cisjordânia denunciaram o chamado de Obama a uma prorrogação da moratória e o acusaram e "ter cedido às ameaças dos palestinos". Além disso, prometeram que, a partir da meia-noite de domingo, lançarão uma série de licitações para uma retomada das construções em larga escala.

A moratória, anunciada em 25 de novembro de 2009 com duração de dez meses, se aplica às colônias da Cisjordânia ocupada, onde vivem 300.000 colonos israelenses, mas não às milhares de obras já iniciadas, à construção de prédios públicos (escolas, sinagogas, etc.), nem a Jerusalém oriental.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;