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Emprego alcança o maior nível em nove anos
11/08/2010 | 07:18
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O "dinamismo" da indústria brasileira nos últimos meses levou ao aumento de 4,9% no emprego industrial em junho na comparação com igual mês do ano passado, maior taxa de crescimento, neste tipo de comparação, em nove anos, e recorde da série histórica mantida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 2001.

A afirmação é do economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. Ontem,o instituto informou os dados da Pimes (Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário) de junho.

Entretanto, o economista fez uma ressalva: o emprego industrial ainda não recuperou o mesmo nível registrado no cenário pré-crise global, iniciada em 2008.

"Se compararmos o nível de ocupação em junho deste ano com o registrado em setembro de 2008, o emprego industrial foi 2,5% inferior, em junho de 2010", afirmou Macedo.

Outro ponto destacado pelo economista foi o uso de uma base de comparação baixa, referente ao ano de 2009, época em que a indústria sentiu os efeitos mais agudos da crise global. "Temos, é claro, o uso de uma base de comparação baixa, referente ao ano passado; mas se observarmos o índice de média móvel trimestral de junho (usado para mensurar tendências), o emprego industrial tem mostrado trajetória de recuperação desde julho de 2009", comentou.

Na análise do IBGE por setores, Macedo observou que as indústrias que puxaram para cima o emprego industrial em junho estão entre as que mais sofreram com a crise global iniciada em 2008. "Estas indústrias, como as de máquinas e equipamentos, apresentaram recentemente bons desempenhos de produção industrial, e isso se refletiu no emprego", comentou.

São Paulo, que representa em torno de 35% do emprego industrial no País e cerca de 40% do parque industrial brasileiro, foi o local que mais impulsionou os aumentos no pessoal ocupado da indústria em junho, em todas as comparações. "O peso de São Paulo foi muito expressivo em junho, e o bom desempenho do local acabou favorecendo o cenário nacional", disse.

Sobre as perspectivas do emprego industrial para os próximos meses, o economista foi cauteloso e lembrou que o IBGE não faz previsões. "Vamos aguardar os próximos resultados da produção industrial para saber como o mercado de trabalho (na indústria) vai reagir", afirmou.

SEMESTRE
No primeiro semestre, o emprego industrial mostrou expansão de 2,4% favorecido por taxas de crescimentos no emprego em 14 ramos pesquisados, e em todos os locais investigados pelo instituto.

Entre os setores, as maiores contribuições para o resultado positivo ficaram com os aumentos no número de pessoas trabalhando nas indústrias de alimentos e bebidas (2,0%), de calçados e couro (6,2%) e de máquinas e equipamentos (4,1%), nos primeiros seis meses do ano.

Entre os locais pesquisados, São Paulo mais uma vez foi destaque, com alta de 2,3% no emprego industrial referente ao primeiro semestre deste ano.




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