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Bolsa lidera ranking de investimentos em julho
01/08/2010 | 07:22
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Depois de três meses seguidos na última posição do ranking mensal dos investimentos, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) terminou o mês de julho no topo, com alta de 10,8% no período, que é o maior ganho mensal desde maio de 2009, quando valorizou-se 12,4%. Na sexta-feira, a Bovespa fechou pela décima vez seguida com resultado positivo. O bom desempenho no mês foi impulsionado principalmente por fortes elevações das ações da Vale e dos setores bancário, de construção e de consumo no período.

Especialistas dizem que a curva de alta, semelhante à registrada no índice Dow Jones (7,8% no mês), demonstra que a expectativa sobre o desempenho da economia mundial já está mais otimista, fato que diminui a aversão ao risco dos investidores.

A recuperação no mês passado, no entanto, ainda não foi suficiente para reaver as enormes perdas acumuladas desde o início do ano. Levando em conta o período de janeiro a julho, a Bovespa ainda amarga queda de 1,56%.

"No primeiro semestre do ano, uma série de dúvidas, inclusive sobre a política fiscal de alguns países da Europa, impactou a Bolsa", lembra o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito. "Mas o teste de estresse feito nesse mês com os bancos daquele continente sepultou o receio que já vinha diminuindo", comenta.

Para o professor da FEA/USP (Faculdade de Economia Aplicada da Universidade de São Paulo) Manuel Enriquez Garcia, os resultados da Bovespa só não foram melhores porque ainda há o imbróglio da capitalização da Petrobras, que tem sido uma força contra a alta da Bolsa. "Mas temos um cenário otimista para a Bovespa como um todo de agora em diante", garante Garcia.

OURO EM QUEDA - Outro movimento que comprova o recuo da aversão ao risco do investidor é a queda da cotação do ouro. Depois de três meses na liderança dos investimentos mais rentáveis, o metal ocupou a lanterna do ranking em julho, com queda de 3,91%.

No entanto, no ano, a commodity ainda está com a melhor rentabilidade: alta de 14,84%. O metal é a única aplicação a ganhar da inflação do varejo, medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado), que subiu 5,85% neste ano.

CONSERVADOR - A rentabilidade das aplicações que acompanham a taxa básica de juros, a Selic, assim como a caderneta de poupança tiveram melhora em julho, já refletindo as elevações da Selic nos últimos meses.

A caderneta que havia rendido 0,56% em junho avançou para 0,62% no mês passado. Já os fundos DI tiveram rendimento de 0,67% em julho e os fundos de renda fixa 0,65% no mesmo período.
Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, os fundos DI ainda são a opção mais segura para o investidor. "Em agosto, o rendimento bruto será na faixa de 0,60% e 0,90%, dependendo da taxa de administração", calcula ele.

A expectativa, no entanto, é que o retorno se mantenha nesse patamar. "Acreditamos que a Selic deva sofrer alta de no máximo 0,5% até o fim do ano, algo que já está precificado nos títulos públicos de renda fixa", avalia Perfeito, da Gradual.




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