Por trás da decisão de trocar uma reeleição quase certa pela corrida ao Palácio dos Bandeirantes, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) procurou no presidente Luiz Inácio Lula da Silva a garantia de que não se lançará de mãos vazias na tentativa de vencer o favoritismo tucano no maior colégio eleitoral do País.
Como parte da fatura para enfrentar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que larga com mais de 50% da preferência nas pesquisas, o petista obteve de Lula o compromisso de que terá farta presença na propaganda partidária no rádio e na televisão e estará presente em comícios pelo Estado afora, independentemente da agenda da pré-candidata ao Planalto, Dilma Rousseff.
O reforço foi a maneira encontrada por Lula para amenizar a preocupação de Mercadante com o risco de ficar sem mandato a partir de 2011. Enquanto negociava a candidatura, o senador tentou, sem sucesso, buscar ponto de apoio na eleição de 2012.
Queria convencer a ex-prefeita Marta Suplicy a lhe dar prioridade para disputar a prefeitura paulistana, mas ouviu dela e de outros líderes petistas que era cedo demais para um acerto.
Com a promessa de Lula, Mercadante torce para abocanhar parte da alta popularidade do presidente.
Ao mesmo tempo em que colará no presidente, Mercadante dará prioridade total à desconstrução da gestão tucana. A ideia é casar o discurso com o da campanha de Dilma, talvez com a contratação de um marqueteiro próximo a João Santana, que está à frente da comunicação da pré-candidata petista.
Até lá, quem ajudará o senador a desenhar sua estratégia será o time de coordenação da campanha, que começa a tomar forma nesta semana. "Vamos apontar o desmantelamento da Educação, a desorganização da Segurança Pública, a urgência da Saúde e cortes na área de Infraestrutura", adiantou o presidente do diretório estadual do PT, Edinho Silva.
Também entra na conta a tese de que será mais fácil atrair o voto de beneficiários de programas de transferência de renda. Só no Bolsa Família, há R$ 3,5 milhões paulistas, distribuídos por 1,1 milhão de famílias no Estado, que até a semana passada estava sob comando do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra.
A conta do Planalto sobe para 8 milhões de pessoas, se considerados todos os programas assistenciais.
"Estamos entrando nesta eleição para ganhar", diz o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP).
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