Política Titulo Unidade partidária
Reali aposta em diálogo para evitar 'racha' no PT
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
03/04/2010 | 08:08
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Ex-deputado estadual e hoje prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), arregaçou as mangas e iniciou a operação pela unidade partidária da sigla na cidade. Isso em razão dos cinco nomes que pretendem disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa no pleito de 3 de outubro. Sem consenso, o objetivo é evitar a realização de prévia interna para escolha de uma única candidatura. Como? Na base do diálogo e de acordo político.

Nos bastidores entre Câmara e Prefeitura, no entanto, muitos petistas avaliam que a discussão e a tentativa de aglutinação chegam bastante atrasadas no município - o encontro estadual que vai homologar as pré-candidaturas do PT em São Paulo ocorrerá na segunda quinzena deste mês.

A corrida contra o tempo, agora, é conseguir, no máximo, duas candidaturas oficiais para deputado estadual. Um delas já tem nome e a postulante não abre mão: Irene dos Santos, vereadora de terceiro mandato no Legislativo e que pertence à articulação de esquerda do PT.

"Não existe nenhuma possibilidade de não sair candidata neste ano. A discussão foi feita lá atrás, dentro da corrente que pertenço", afirmou a vereadora, que não tem o apoio de Reali nem do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) - o último é o representante oficial do partido para deputado federal.

Para Irene, o ideal seria uma ou duas candidaturas, no máximo, para buscar uma vaga na Assembleia. "É um absurdo ter cinco. Lógico que dificulta e fica mais difícil concorrer com um número maior de candidatos", avaliou, ao ressaltar que o seu grupo agiu dentro do regimento do PT. "As tendências internas têm o direito de lançar candidaturas próprias e foi o que fizemos", justificou a petista.

Agora, a saia-justa teria ficado com os outros quatro pré-candidatos para chegar a um único nome: os vereadores Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, e José Antonio da Silva; o diretor presidente da Fundação Florestan Fernandes e ex-vice-prefeito, Joel Fonseca, e mais recentemente Renato Moreni, líder do Movimento Estudantil na cidade.

Disputa estaria entre três ‘candidatos'

O Diário apurou que a unificação, realmente, pode ocorrer, mas o nome com reais chances de abocanhar uma cadeira na Assembleia está guardado a sete chaves. A princípio, Moreni já estaria descartado dessa disputa. O embate estaria entre Maninho, Zé Antonio e Joel.

Indagado a respeito, Maninho disse ser a ‘bola da vez' e apresentou o seu currículo. "Militante desde o primeiro dia, líder sindical e quatro vezes vereador, sendo três como presidente da Câmara. Espero que o partido tenha essa compreensão", afirmou.

Por outro lado, Zé Antonio estaria fazendo um forte trabalho na base do partido, o que o credenciaria para a disputa. Procurado por telefone, o petista não deu retorno à reportagem.

Joel Fonseca não foi localizado para comentar. Porém, desde o dia 1º, o ex-vice-prefeito do governo Filippi não faz mais parte do primeiro escalão de Reali. O petista cumpriu a desincompatibilização obrigatória para o pleito de 3 de outubro.

"Todo cidadão tem de ter a grandeza de declinar em nome de um projeto maior e coletivo", afirmou Moreni, que não tem o mesmo discurso dos demais companheiros. No entanto, o professor de História não avalia como "ruim" o fato de o PT ter mais de uma candidatura. "Não vejo como enfraquecimento do partido, pelo contrário. Consolida novas lideranças", ressaltou o terceiro suplente de vereador na Câmara pelo PT.

Integrante da Executiva Municipal do PT, Ronaldo Lacerda defende a realização de prévia. "Não podemos olhar projetos pessoais, mas sim do partido", afirmou.

Porém, o presidente do PT de Diadema, Josemundo Dario Queiroz, o Josa, não é a favor de prévia interna. "Defendo a candidatura única para o fortalecimento do partido", justificou, ao admitir a discussão interna em busca da unidade.

A reportagem apurou que a Executiva Estadual do PT estaria pressionando pela unificação já em Diadema - até porque existe uma cota de candidatos para a região. Procurado por telefone e via assessoria, o presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva, não deu retorno.

Neste ano, o PT tem de fazer o sucessor de Reali na Assembleia Legislativa.




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