A ONU chega a ironizar a suposta "confiança" do mercado em moedas como o real. Na realidade, não seria a confiança na economia ou na moeda que estaria trazendo o dinheiro, mas os lucros diante do cenário internacional. Na avaliação da entidade, uma valorização do real tem impacto negativo sobre a competitividade das exportações do País e pode gerar uma "dramática distorção nos padrões de comércio e novos desequilíbrios".

A ONU defende a aplicação do IOF de 2% sobre a entrada de capitais no Brasil. A entidade rejeita a tese de que seja uma medida antimercado. "Essas medidas servem para salvaguardar a eficiência dos mercados de bens e serviços protegendo seus preços."

Mas a taxação de capital seria apenas uma solução temporária para lidar com os desequilíbrios. Para a ONU está na hora de criar regulamento mundial e taxa real de câmbio constante. O diferencial entre as inflações de países seria calculado e a taxa entre as moedas poderia ser estabelecida. Isso evitaria especulações, frearia a tentação de países de adotar políticas de sobrevalorização e até minimizaria a necessidade de acumulação de reservas por um banco central.